_
_
_
_
_

Trump: “Merkel cometeu erro catastrófico ao abrigar imigrantes ilegais”

O presidente eleito dos Estados Unidos critica a OTAN e afirma que mais países sairão da UE

Donald Trump, na coletiva de imprensa no último dia 11, em Washington.
Donald Trump, na coletiva de imprensa no último dia 11, em Washington. JUSTIN LANE (EFE)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, considera que a chanceler alemã, Angela Merkel, cometeu um “erro catastrófico” com sua política de acolhida de refugiados. O republicano já havia criticado durante a campanha Merkel por permitir a entrada de refugiados ao afirmar que isso coloca em risco a segurança europeia. Mas as novas críticas, em uma entrevista a dois jornais europeus, o britânico The Times e o alemão Bild, publicadas no domingo, chegam a cinco dias de sua posse como mandatário da maior potência mundial.

Mais informações
Imigração nos Estados Unidos: da grande inclusão à grande expulsão?
Obama deixa legado incompleto e sob risco de demolição
Trump se mostra favorável a suspender sanções contra a Rússia

“Acho que ela cometeu um erro catastrófico ao aceitar todos esses imigrantes ilegais”, diz Trump. “Ninguém sabe de onde vêm”, acrescenta. O republicano, entretanto, que tem raízes alemãs e escocesas, afirma sentir um “grande respeito” por Merkel e diz que a vê como um dos políticos mais importantes do mundo.

Na entrevista, Trump também prevê que outros países abandonarão a União Europeia após o Brexit, como já disse após comemorar a vitória da saída britânica no plebiscito de junho. O motivo, afirma, é que “as pessoas, os países, querem sua própria identidade” e não desejam, na sua opinião, que venham estrangeiros a seu território para “destroçá-lo”.

O futuro mandatário norte-americano afirma que os britânicos não teriam votado a favor da saída da União Europeia se o Velho Continente não tivesse enfrentado a crise de refugiados vindos do Oriente Médio. “Acredito que se eles não tivessem sido forçados a aceitar todos os refugiados, tantos... Acho que não ocorreria um Brexit”, argumenta.

Após afirmar que a UE foi criada em parte para enfrentar comercialmente os EUA, Trump diz que para ele é indiferente que os europeus fiquem unidos ou separados. Ele frisa a necessidade de se reforçar os controles fronteiriços nos Estados Unidos e não descarta que os europeus possam ser afetados, deixando claro que não agirá como a Alemanha. “Não queremos que venham pessoas da Síria que não sabemos quem são”, acrescenta.

Como candidato, Trump prometeu criar um veto temporário à entrada de muçulmanos estrangeiros nos EUA. Depois disse que isso afetaria países com ameaças terroristas e que obrigaria estrangeiros a fazerem um teste sobre valores norte-americanos, mas desde sua vitória nas eleições de 8 de novembro não detalhou seus planos.

Na entrevista, Trump mantém suas críticas à OTAN. Ele a descreve como uma organização “obsoleta” por não lutar suficientemente contra o terrorismo e pede aos países membros que aumentem sua contribuição. São críticas que já fez em campanha. Mas na entrevista não parece questionar, como o fez em julho, a cláusula de defesa de outros membros.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_