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Militar especialista em América Latina é oficializado como secretário de Segurança Doméstica de Trump

John Kelly será o terceiro general no gabinete do futuro presidente republicano dos EUA

Donald Trump e John Kelly
Donald Trump e John KellyPETER FOLEY (EFE)
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O presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou formalmente nesta segunda-feira a nomeação do general da reserva John Kelly, um veterano militar com 45 anos de experiência no Corpo de Marines, para dirigir o Departamento de Segurança Doméstica. A equipe de transição de Trump afirmou em nota que Kelly “encabeçará a urgente missão de deter a imigração ilegal e proteger nossas fronteiras”, e também que "dinamizará a segurança nos transportes e melhorará os vínculos entre a Inteligência dos Estados Unidos e a polícia”.

Para o futuro presidente, o general é “a pessoa adequada para encabeçar a missão urgente de frear a imigração ilegal e garantir a segurança das nossas fronteiras (...) e melhorar a coordenação entre nossas agências de Inteligência e segurança”, acrescentou a nota. Na opinião dele, com Kelly à frente do departamento “os norte-americanos terão um líder comprometido com nossa segurança, e também uma pessoa que trabalhará de mãos dadas” com os órgãos de segurança.

Em outra nota, Kelly disse que os cidadãos votaram em novembro por “deter o terrorismo, recuperar a soberania nas nossas fronteiras e acabar com o politicamente correto que durante muito tempo ditou nosso enfoque de segurança nacional”. “Confrontarei essas questões com seriedade e com um profundo respeito por nossas leis e a Constituição”, prometeu Kelly.

John Kelly foi, até janeiro passado, o chefe do Comando Sul dos EUA, que abrange toda a América Latina e Caribe, exceto o México. Durante seu mandato, participou da resposta da Administração Obama à crise causada pela onda de menores imigrantes em meados de 2014. Em seus discursos, chamou a atenção sobre o perigo de que grupos terroristas usassem as rotas dos traficantes de seres humanos “com a intenção de causar graves danos a cidadãos [dos Estados Unidos] ou inclusive trazer armas de destruição em massa para os Estados Unidos”.

Kelly considera que os EUA erram ao pressupor que o chamado Hemisfério Ocidental é uma região mais ou menos estável e que não representa um perigo para os EUA, diferentemente do Oriente Médio e Ásia. “Os tentáculos das redes globais implicadas no tráfico de narcóticos e de armas, no contrabando de seres humanos e em outros tipos de atividades ilegais estendem-se pela América Latina e o Caribe até os Estados Unidos, e, entretanto, continuamos subestimando a ameaça do crime organizado transnacional, o que põe em risco nossa segurança e a de nossos parceiros”, declarou em 2015.

Nascido em Boston em 1950, também foi responsável pela prisão de Guantánamo, encravada em Cuba. Defendeu que nesse cárcere os direitos humanos são respeitados, e se opôs aos planos da Casa Branca de desativá-lo. “Não há inocentes ali”, afirmou. O general da reserva também discordou do presidente Barack Obama a respeito da inclusão de mulheres em posições de combate nas Forças Armadas.

Kelly será o encarregado de colocar em prática parte da política migratória do presidente Trump. A construção do muro na fronteira com o México e a deportação maciça de imigrantes que não têm documentos – duas das principais promessas de Trump durante a campanha – ficarão sob sua responsabilidade.

A nomeação de Kelly reforça o caráter militar da Administração Trump. O filho do futuro secretário, também marine, morreu no Afeganistão em 2010. Não é incomum que generais da reserva ostentem cargos relevantes, mas é menos habitual que haja tantos em uma só administração. Os três generais nomeados até agora ocuparão cargos decisivos na estrutura da segurança nacional – os outros dois serão James Mattis, na Defesa, e Michael Flynn, como assessor de Segurança Nacional. Na Administração Obama, os três ocupantes dessas funções eram civis.

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