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Pai da família esquartejada na Espanha vivia no país há mais de 10 anos

Parentes falam sobre Marcos Nogueira, Janaína Santos Américo e seus dois filhos

Casa onde foram encontrados os corpos esquartejados de uma família que portava documentação brasileira.
Casa onde foram encontrados os corpos esquartejados de uma família que portava documentação brasileira.EFE
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Uma família da Paraíba disse que o casal e as duas crianças assassinadas em Guadalajara são Marcos Campos Nogueira, Janaína Santos Américo e seus dois filhos, de cinco e um ano. O Consulado do Brasil em Madri não confirmou as identidades. Segundo Wilta Diniz, tia da mulher, a família se reuniu há três anos na Espanha, onde “ele vivia há 10”. Enquanto isso, a investigação se complica: as câmeras de vigilância do condomínio onde a família foi encontrada morta não estavam funcionando.

A fotografia de um jovem casal abraçado, ela e ele sorridentes e sentados à mesa de um restaurante, se tornou viral nas redes sociais na segunda-feira. O portal Globo.com publicou-a para identificar o casal assassinado e esquartejado com os dois filhos em Pioz (Guadalajara). A imagem fora postada por Janaína Santos Américo em sua página do Facebook no dia12 de março. Ao lado dela, havia outras com o marido, Marcos Campos Nogueira, e os dois filhos, uma menina de cinco anos e um menino de um. A última postagem data de 2 de junho. É uma foto do pequeno.

Em João Pessoa, a tia de Janaína conversou com o EL PAÍS, embora tenha dito estar em estado de choque, “como toda a família”: “Não conseguimos entender o que aconteceu”, diz Wilta Diniz. Apesar das terríveis circunstâncias da morte da sobrinha e sua família, ela se recusa a acreditar que o motivo possa ser um ajuste de contas, como cogitam os agentes da Guarda Civil. “Eles não estavam fugindo de nada. Marcos era um homem de bem, muito religioso, sem vícios, de família”, diz ela, ao contrário da primeira hipótese dos investigadores, que pensaram que eles estavam se escondendo por causa do aspecto pouco atraente da casa.

Diniz conta que, depois do nascimento do menino, passou três meses com a família em Valladolid, onde moravam. Em seguida, eles se mudaram “quando o restaurante em que Marcos trabalhava fechou”. “Foram morar em Torrejón de Ardoz e depois em Pioz, em Guadalajara”. De acordo com seu relato, “Marcos sempre trabalhou em restaurantes, alguns deles brasileiros, e era querido por todos”.

Sem câmeras de vigilância

A investigação continua aberta e sob segredo de justiça. As coisas ficaram mais complicadas para os agentes da Guarda Civil encarregados do caso. Na segunda-feira se soube que as câmeras de vigilância do condomínio La Arboleda, onde fica a casa alugada “há cerca de dois meses” pelo pai da família assassinada, não estavam funcionando. Os agentes terão de recorrer a outras câmeras da região para identificar possíveis veículos suspeitos.

Janaína e Marcos, de 39 anos, se conheceram em João Pessoa e se casaram em 2013. Em seguida, Janaína decidiu se mudar com o marido e a filha para a Espanha, “onde Marcos já morava havia uma década”, afirma Diniz. Na Espanha o segundo filho nasceu. “Marcos viajava muito. Era trabalhador. Ninguém nessa família é vagabundo”, diz.

A família de Janaína, os Diniz, é conhecida em João Pessoa. O pai de Janaína e irmão de Wilta tem um pequeno império de concessionárias de automóveis. A imprensa local disse que, depois de tomar conhecimento da notícia, ele teve de ser hospitalizado. Um cunhado de Marcos, Eduardo Braulio, conversou com a imprensa brasileira e disse que tinha entrado em contato com o Consulado Brasileiro em Madri. De acordo com sua versão, o Consulado confirmou que eram seus familiares. “A princípio não era incomum não ter notícias, porque sabíamos que eles tinham acabado de mudar e não tinham Internet”, disse.

O Consulado do Brasil em Madri não confirma as informações, que atribui a “fontes informais”. De acordo com o cônsul-geral na capital espanhola, Paulo Alberto da Silveira Soares, ainda não existe a confirmação por parte da Guarda Civil de Guadalajara. “Eles nos pediram para esperar alguns dias”, afirmou. No Ministério das Relações Exteriores do Brasil,  os funcionários deixaram nas mãos da família a confirmação das identidades.

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