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Levy Fidelix: “Eu sou o novo. Estou esperando a minha chance”

O candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo participou de sabatina de EL PAÍS em parceria com a TV Brasil

O candidato Levy Fidelix, pouco antes de iniciar a sabatina.
O candidato Levy Fidelix, pouco antes de iniciar a sabatina.Ricardo Matsukawa

Levy Fidelix, candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB nas eleições municipais 2016, foi o quinto entrevistado pelo EL PAÍS Brasil e a EBC nesta quarta-feira. Os veículos fizeram uma parceria para sabatinar os candidatos da capital paulista. Fidelix, aos 64 anos, já passou por PL, PTR, PTRB e agora, há 22 anos, está no PRTB, partido do qual é o fundador e presidente. Esta é a 14ª vez que o candidato concorre em uma eleição. Já concorreu à presidência da República, deputado federal, prefeito e vereador. Nunca foi eleito e nem obteve votações expressivas.

Até as últimas eleições à presidência, em 2014, tinha como marca mais conhecida o projeto de aerotrem, que, segundo ele, livraria São Paulo dos problemas de mobilidade. Em um debate transmitido em rede nacional, contudo, deu declarações polêmicas sobre a população LGBT e foi acusado (e inclusive processado) por discurso de ódio. Na sabatina desta sexta-feira (16), falou sobre questões polêmicas e defendeu projetos. Declarou-se como o candidato “novo, que embora repetidamente candidato, está esperando uma chance”.

“O que importa não é vencer a eleição, mas vencer nas ideias. O rodoanel, que era minha ideia, está aí, o aerotrem também”, disse ao comentar o fato de nunca ter sido eleito. Até o mês de agosto deste ano, o PRTB já recebeu cerca de 2,8 milhões de reais do Fundo Partidário, que prevê recursos da União para partidos políticos. Ao ser questionado sobre o valor e a transparência com que o partido o usa, disse que ao contrário de outras campanhas “financiadas por dinheiro de petrolão e mensalão, Levy Fidelix não tem nada contra si”. Recentemente, contudo, O TSE rejeitou as contas da campanha de 2012 do partido. Ele rebate dizendo que tudo será esclarecido.

Quando questionado sobre como lidará com a população LGBT de São Paulo, famosa por ter uma das maiores Paradas LGBT do mundo, o candidato disse que “se existem projetos voltados para eles, vou continua-los, mas não há porque potencializá-los, mesmo porque se trata de uma minoria ínfima”. Neste momento, Fidelix reclamou dos questionamentos e disse não ter oportunidade para discutir São Paulo. “A cidade deve 54 bilhões de reais e não tem como pagar, temos que mudar o modo de pegar essa dívida”, disse. Hoje, contudo, a dívida da cidade está em cerca de 27,5 bilhões de reais e não 54 bilhões, como afirmou o candidato.

No plano da mobilidade, um dos temas mais caros de Fidelix, ele voltou a defender o aerotrem, dizendo que o atual modelo de monotrilho em construção na cidade não foi bem sucedido porque foi mal elaborado. Ele também garantiu que daria uma indenização de 120 mil reais aos taxistas da cidade, assim o preço da concessão que pagaram seria zerado e eles estariam em pé de igualdade para competir com o Uber. São Paulo tem hoje cerca de 33 mil táxis. Segundo o candidato, o dinheiro para pagar os taxistas viria de economias a partir da resolução do problema da dívida pública.

Levy Fidelix é o segundo candidato com maior rejeição nestas eleições, perdendo apenas para o atual prefeito Fernando Haddad (PT). Questionado sobre o assunto, disse que realmente o “Haddad é muito rejeitado”, mas que, no seu próprio caso, a pesquisa seria fraudada. As entrevistas com os candidatos serão transmitidas ao vivo pelo site do EL PAÍS Brasil e em edição especial do Repórter SP, às 1h30 (de 8 a 16 de setembro) e ao meio-dia (de 19 a 23 de setembro) na TV Brasil, e poderão ser acompanhadas pelo portal EBC. Assista à entrevista com Levy Fidelix na íntegra:

Encerrada a última sabatina da série. Marta Suplicy e Celso Russomanno não aceitaram o convite para participar.
"Chamamos os trabalhadores para se mobilizar contra o golpe de Estado", diz.
Áreas agradece o convite, diz que é a primeira vez que o PCO participa de uma sabatina na TV aberta.
Considerações finais
"Bater no PT significa se alinhar com a direita", diz Áreas. Ele não acha que a decepção com o PT pode se reverter em votos para o PCO. "Do ponto de vista ativista é natural que os petistas tenham simpatia por nós"
Gil Alessi pergunta se o descontentamento com o PT pode refletir nas eleições e dar votos para o PCO neste ano.
Áreas diz que há uma tradição do PCO de fazer campanha pelo voto nulo no segundo turno. "O PT é um partido que representa a burguesia", diz.
Aline Scarso pergunta: se Haddad chegar ao segundo turno, o PCO vai apoiá-lo?
"Acho que sim", diz Áreas. "A burguesia e os capitalistas conseguem seu lucro a partir do trabalhador".
"Ainda é momento de se falar trabalhadores e burguesia", pergunta a apresentadora, lendo o programa de governo do PCO.
O candidato do PCO diz que ainda existem muitas fábricas nas cidades e mesmo os setores de serviços, como os Correios, onde Áreas trabalha, funciona com uma classe operária.
A maioria dos trabalhadores está no setor de serviços, diz o repórter do EL PAÍS.
André Oliveira pergunta se não é antiquado estar em uma organização operária nos dias de hoje.
Aline Scarso pergunta sobre as alianças feitas pelo PCO em nível nacional.
Henrique Áreas responde dizendo que o problema é a dificuldade de locomoção na cidade. "Para o trabalhador, o interessante é que tenha transporte público eficiente".
André Oliveira pergunta se a diminuição da velocidade nas vias não beneficia também o trabalhador que vai a pé para o trabalho, já que é uma medida de segurança.
Henrique Áreas diz que a direita se diz contra para atacar o prefeito Haddad.
Gil Alessi pergunta sobre o limite de velocidade nas vias e a cobrança de multas. O PCO é contra as multas, uma visão mais alinhada com a direita. "Não é contraditório?", pergunta.
"A gente defende o não pagamento de nenhuma dívida", diz Áreas. Daí sobraria dinheiro para aumentar o salário mínimo, segundo o candidato.
A apresentadora pergunta sobre a proposta de aumentar o salário mínimo para 4.000 reais.

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