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Diego Costa: “Peço perdão”

O jogador se desculpa por dizer que imprensa e torcida o discriminam por não ter nascido na Espanha

Jogadores da Espanha celebram um dos golsFoto: atlas | Vídeo: ÁLVARO BARRIENTOS
Diego Torres

O nó de todos os jogos da Espanha nestas Eliminatórias da Copa de 2018 será abrir o placar, chegar ao gol que dinamite a blindagem imposta pelos rivais. No primeiro teste, na noite quente de León (noroeste da Espanha), isso não foi obra do tiqui-taca, e sim de um recurso que evoca o modelo do Atlético de Madri: falta na lateral, lançamento de Koke e cabeçada de Diego Costa. Uma homenagem à Liga 2013-14.

Julen Lopetegui chama isso de “solução”. Para executar esse tipo de solução, o novo treinador da Roja insistiu em convocar Costa, jogador que não se destaca quando a equipe toca a bola em espaços reduzidos, mas que na bola parada é eficiente como um martelo. Nesta segunda-feira, deu sua primeira marretada na longa viagem da seleção até a Rússia. O primeiro gol da equipe nas eliminatórias e o segundo na sua conta particular. Costa só havia marcado uma vez, contra Luxemburgo, em outubro de 2014, na fase de classificação para a última Eurocopa.

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“Estou muito contente com os meus gols e espero vir muitas outras vezes para a seleção”, disse o sergipano naturalizado espanhol ao sair do estádio. “Não era minha intenção ofender a torcida com minhas palavras depois da partida contra a Bélgica em Bruxelas. Se eu feri os sentimentos de alguém, peço perdão.” O jogador do Chelsea resmungou, há três dias, que estava sendo injustamente criticado, e que isso se devia a não ter nascido na Espanha e não jogar no Real Madrid ou Barcelona.

Costa se redimiu marcando o primeiro e o quinto da goleada de 8 x 0, numa partida que começou como uma pedreira e terminou em festa. Lopetegui concordou: “É importante que um atacante marque gols, mas nesta equipe os atacantes também são valorizados por outras coisas. Ficamos contentes pelo Diego e pelo Álvaro Morata, que também marcou, mas é bom que ajudem a equipe em muitas situações do jogo”.

A semente da goleada

Os cacoetes de treinador levam Lopetegui a pensar menos na festa do 8 x 0 e mais nas dificuldades do primeiro tempo, quando a Espanha mal conseguiu finalizar na direção da meta de Peter Jehle: “Na primeira parte eles estavam muito ordenados, são muito organizados taticamente. Tudo o que aconteceu de bom no segundo tempo provavelmente foi gestado no primeiro. Talvez tenha nos faltado marcar antes o segundo gol.”

Durante longos minutos, Liechtenstein foi uma rocha constituída por dez jogadores que se apertavam em duas linhas fechadas à frente do seu goleiro, mantendo uma estratégia de sobrevivência tão antiga quanto inevitável. O tipo de esquema que, com variações, a Espanha enfrentará na classificação. Liechtenstein, Albânia, Macedônia, Israel e Itália se defenderão seguindo uma pauta similar.

A glória de Liechtenstein foi aguentar 45 minutos com o 1 x 0. A equipe representa uma nação que futebolisticamente beira o amadorismo. Seu jogador mais valioso é Franz Burgmeier, ponta do Vaduz, cuja maior façanha foi o oitavo lugar na Superliga suíça.

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