_
_
_
_

Diego Costa: “Como não sou espanhol nato, vão me criticar pela falta de gols”

Atacante fez seu melhor jogo pela seleção da Espanha, apesar de não encontrar o caminho do gol.

Ladislao J. Moñino
Diego Costa cumprimenta Courtois.
Diego Costa cumprimenta Courtois.ERIC VIDAL (REUTERS)

O primeiro controle e o giro que Diego Costa fez assim que entrou em campo contra a Bélgica, em partida amistosa que terminou em 2 a 0 para a Espanha (gols de David Silva), já anunciavam o jogador incisivo e nocivo que era visto no Chelsea e nos seus melhores anos no Atlético de Madri. Na zona mista, apresentou-se guerreiro, disposto a reivindicar seu valor e a acertar as contas pelas críticas que recebe. A partir da sua entrada em campo nesta quinta-feira, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, a seleção espanhola se tornou mais ameaçadora, e a defesa belga começou a sofrer. Não fez gol, “mas se eu continuar jogando assim ele chegará”, avisou o atacante. “Acho que vocês [a imprensa], se fosse um jogador do Real Madrid ou do Barcelona, diriam que fiz uma boa partida e que mudei, mas como não sou espanhol nato as pessoas gostam de criticar a falta de gol”, cutucou o sergipano. “Em muitos momentos vocês têm razão, não digo que eu tenha feito grandes coisas com a seleção, mas quando faço as coisas direito também gosto que digam, não só que me critiquem porque não marquei, porque eu também faço parte da seleção. Esta foi a minha melhor partida.”

Mais informações
Florentino Pérez: “É impossível melhorar o elenco”
Novo treinador da Espanha faz sua primeira convocação

Enquanto falava, Costa parecia se libertar. “Em todas as equipes onde joguei foi assim. Tenho qualidade, faço gols, não é sempre o contrário. Claro que algumas vezes exagero e me enrolo de verdade, mas outras vezes, com um pouquinho já fazem tempestades. Sou o primeiro a perceber quando faço bobagem.”

A atuação de Costa foi uma boa notícia para Julen Lopetegui, treinador da Fúria, que definiu com precisão essa relação: “Não existe presunto sem osso. Não fiquem com o osso”.

Parte do plano Lopetegui passa por devolver seus jogadores à infância, ao prazer de jogar por jogar. Sua tarefa é, em parte, levá-los a esse estado, abstraindo a distorção que o profissionalismo e a alta competição implicam. A palavra divertir-se é habitual no discurso do novo treinador, e nesta quinta-feira, já com a vitória no bolso, voltou a usá-la. Quer uma satisfação coletiva através dessa recreação individual dos jogadores em sua relação com o jogo. “Estamos contentes com o resultado e com a atitude dos garotos, que quiseram se divertir sendo uma equipe. Jogam muito bem e têm muitas virtudes”, afirmou o técnico basco, que se aprofundou na importância de manter o lado lúdico e recreativo do futebol: “Todo mundo gosta de se divertir com seu trabalho”.

Lopetegui fez uma boa avaliação da equipe no ataque, mas admitiu que a defesa começou imprecisa e atemorizada. “Queremos que funcionem como equipe, e funcionaram com a bola e sem a bola. A Bélgica é perigosa quando o outro time os deixa correr, porque eles têm quatro ou cinco dos melhores jogadores do mundo nesse tipo de ação. Mesmo quando a partida estava mais equilibrada soubemos aproveitar.”

O papel dos jovens

Como seu antecessor Vicente del Bosque, Lopetegui está abrindo espaço para uma nova geração. Em sua primeira convocação, trouxe Carvajal, Koke, Thiago, Vitolo e Morata como parte dessa lufada de ar fresco com relação à Eurocopa. “Quando os mais jovens estão aqui não é à toa. Eles precisam ir assumindo seu papel. Hoje deram esse passo, terão que pouco a pouco ir agarrando a responsabilidade. É a lei da vida”.

Os belgas ficaram sem resposta em campo, e o público reagiu com irritação. Roberto Martínez, o técnico espanhol que estreava no banco de reservas local, disse que compreendia as vaias de sua torcida. “Perdemos a iniciativa aos 15 minutos. Não jogamos tão bem quanto poderíamos. Quando a Espanha fez o primeiro gol, acredito que não soubemos voltar para partida”, observou o catalão.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_