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Hollywood dará Oscar honorário a Jackie Chan e Frederick Wiseman

Academia também homenageará a montadora Anne V. Coates e o diretor de elenco Lynm Stalmaster

O ator hongkonés Jackie Chan posando para os meios durante uma coletiva de imprensa em Sydney, Austrália.
O ator hongkonés Jackie Chan posando para os meios durante uma coletiva de imprensa em Sydney, Austrália.DAN HIMBRECHTS
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A edição deste ano do Oscar dará uma de suas quatro estatuetas honorárias a Jackie Chan, num reconhecimento por sua longeva e popular carreira, que inclui trabalhos como ator, produtor, roteirista e diretor – um artista capaz de misturar o domínio das artes marciais com uma veia cômica, realizando suas próprias cenas de ação, primeiro em Hong Kong e depois em filmes norte-americanos como Volta ao Mundo em 80 Dias (2004), Duro de Matar (1995), A Hora do Rush (1998) e a última versão de Karatê Kid (2010). Tudo isso além de manter uma carreira como cantor e popularizar sua voz em animações como a saga Kung Fu Panda, tornando-se assim um dos nomes mais famosos saídos do cinema de Hong Kong.

Chan é um dos quatro profissionais que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles decidiu agraciar com o Oscar honorário neste ano. Os outros três não são tão famosos para o grande público, embora também tenham longas carreiras. São eles o veterano documentarista Frederick Wiseman, a montadora Anne V. Coates e o diretor de elenco Lynm Stalmaster.

Todos eles receberão a estatueta de honra – idêntica ao Oscar, mas chamada Prêmio Governadores– em 12 de novembro, em Los Angeles, numa cerimônia independente da entrega do Oscar por categorias. As duas cerimônias foram separadas em 2009, quando a Academia se viu forçada a enxugar a cerimônia do Oscar, eliminando os “momentos tediosos” ou aqueles que só interessam aos cinéfilos e privilegiando uma festa mais ágil e com mais audiência. Desde então, os Prêmios Governadores se tornaram um evento mais intimista, realizado a portas fechadas e sem a intromissão das câmeras, mas de grande importância na corrida para o Oscar, já que serve de oportunidade para que os aspirantes confraternizem com os membros da Academia com direito a voto.

A carreira de Chan dispensa apresentações. Como recorda a Academia em seu comunicado, o ator, de 62 anos, começou sua carreira artística aos 8, na Ópera de Pequim, e desde então não parou mais. Em sua Hong Kong natal escreveu, dirigiu, produziu e protagonizou cerca de 30 filmes antes de ganhar fama internacional com sua arte e seu carisma. A revista Forbes calculou que em 2015 sua fortuna superava um bilhão de reais. Chan também é conhecido como um grande filantropo.

Os outros três premiados são menos conhecidos para o grande público. O documentarista Frederick Wiseman, de 86 anos e ainda na ativa, é um dos melhores em seu gênero na história do cinema. Seu primeiro longa é de 1963, e já retratou hospitais, colégios, cabarés, delegacias, o Balé da Ópera de Paris, a indústria da carne do Meio-Oeste dos EUA, o Central Park de Nova York, a Galeria Nacional de Londres e uma academia de ginástica, entre outros temas.

O Oscar honorário para Anne V. Coates reconhece as seis décadas de carreira desta montadora britânica de 90 anos, encarregada da edição de filmes como Lawrence da Arábia (1962), Beckett (1963), O Homem Elefante (1980), Na Linha de Fogo (1993) e Irresistível Paixão (1998) – cinco títulos pelos quais disputou o Oscar numa atividade, a montagem, onde as mulheres brilham por sua ausência em 80% dos filmes produzidos atualmente.

No caso de Lynn Stalmaster, o trabalho deste profissional do elenco de 86 anos foi revelar ao mundo o talento de astros como Christopher Reeve, intérprete teatral que descobriu para o cinema quando o contratou em filmes como a saga Superman (1978). Outros dos 200 filmes nos que trabalhou em sua carreira incluem No Calor da Noite (1967), A Primeira Noite de Um Homem (1967), O Violista no Telhado (1971), Ensina-me a Viver (1971), Amargo Pesadelo (1978), Tootsie (1982) e Os Eleitos (1983), entre outros. Seu Oscar honorário também é um reconhecimento ao recém-criado ramo da Academia dedicado aos diretores de elenco.

A Academia neste ano não entregará nem o prêmio Jean Hersholt, que reconhece o trabalho humanitário de suas estrelas, nem outro de seus galardões de honra, o Irving Thalberg, dado a produtores.

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