_
_
_
_

Papa Francisco reza em silêncio em Auschwitz e pede perdão “por tanta crueldade”

Pontífice cumprimenta sobreviventes e cristãos que ajudaram os judeus

O Papa, na sexta-feira em Auschwitz.Foto: atlas | Vídeo: J. SKARZYNSKI (AFP) | ATLAS

O papa Francisco visitou nesta sexta-feira o que foi o campo de concentração nazista de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, onde foram mortas mais de um milhão de pessoas, em sua maioria judeus. Durante uma hora e meia percorreu o campo em completo silêncio, que só foi quebrado para cumprimentar as autoridades polonesas e judias, dez sobreviventes, e outro grupo conhecido como “os justos entre as nações”, que arriscou sua vida para esconder e proteger os judeus. Suas únicas palavras públicas foram as que escreveu no livro de Honra: “Senhor, tenha piedade de seu povo. Senhor, perdão por tanta crueldade”.

Mais informações
Francisco en Auschwitz
O percurso do Papa a Auschwitz
O Papa Francisco tropeça durante uma missa na Polônia
O Papa diz que o mundo está em guerra, mas “não de religiões”
O Vaticano recusa blindar contra o terrorismo
Criminosos nazistas: justiça tardia, mas justiça
Condenado a cinco anos de cárcere um guarda nazista de Auschwitz

Pouco depois das nove da manhã (4h de Brasília), o pontífice atravessou completamente sozinho a conhecida entrada do campo sob a inscrição em ferro forjado “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta). Após cumprimentar o diretor do museu e do campo, foi levado em um pequeno carro elétrico ao pátio onde eram chamados os condenados à morte. Foi ali que há 75 anos o padre polonês Maximiliano Kolbe se ofereceu para morrer em troca de um pai de família judeu que seria fuzilado.

Francisco I é o terceiro Papa que visita o campo de extermínio. O primeiro foi o polonês Karol Wojtyla, em 1979. João Paulo II se encontrou com Franciszak Gajownizek, o homem que teve sua vida salva pelo padre Kolbe. Bento XVI também esteve no campo em 2006, quando disse que Auschwitz deixava uma enorme interrogação: “Por que, Senhor, tolerou isso?”.

O Papa passou cerca de dez minutos orando sentado no escuro com a porta do que foi a cela de Kolbe às suas costas, que foi beatificado por Paulo VI em 1971 e canonizado por João Paulo II em 1982. A cela está no bloco 11, onde ficavam os calabouços subterrâneos aos quais eram enviados os condenados a morrer de fome e sede.

Após beijar e tocar com as mãos um dos postes destinados aos fuzilamentos, o Papa acendeu uma lamparina de óleo em frente ao muro no qual ocorreram as execuções durante os anos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Em um carro elétrico que andou ao lado das linhas de trem da época, o pontífice chegou ao campo de Birkenau, o “Auschwitz 2”, construído a três quilômetros de distância para que Adolf Hitler realizasse a chamada “solução final” com a qual pretendia exterminar todos os judeus.

Aproximadamente mil pessoas puderam presenciar como o papa Francisco caminhou diante das lápides de mármore com inscrições nos 23 idiomas dos prisioneiros. O grande rabino da Polônia, Michael Schudrich, cantou em hebraico o Salmo 130, o De Profundis, que depois foi lido em polonês pelo padre de uma cidade onde uma família católica inteira foi assassinada por esconder judeus. Francisco I também se encontrou com um grupo de 25 católicos que arriscou sua vida durante a ocupação nazista e falou brevemente com cada um deles.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_