Lições do relatório Chilcot
Investigação britânica sobre a guerra do Iraque respalda a opinião pública; os governos mentiram
O relatório Chilcot sobre a participação do Reino Unido na guerra do Iraque, apresentado na quarta-feira, dá razão às milhões de pessoas que, no começo de 2003, se manifestaram nas ruas do mundo todo condenando a ação militar. De acordo com a minuciosa investigação iniciada em 2009 os motivos para o ataque e a invasão do Iraque foram falsificados e os Governos envolvidos na tomada de decisões ocultaram que não estavam esgotadas todas as opções antes de recorrer à guerra. Duas falsidades com um preço elevado em vidas humanas — o principal — e uma grave situação posterior de insegurança no Oriente Médio e, por extensão, no resto do planeta.
A Espanha pode tirar algumas conclusões importantes da apresentação do relatório britânico, tanto pelo conteúdo quanto pela forma. Enquanto o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair apareceu por mais de duas horas em público para dar sua versão sobre as afirmações de um relatório que aponta diretamente contra ele, o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, rapidamente descartou qualquer questão relacionada com o texto dizendo que não tinha lido e que se trata de “algo” que aconteceu há 13 anos. Mas Rajoy era vice-primeiro-ministro do Governo que envolveu a Espanha nessa guerra e não está livre das acusações decorrentes do relatório.
As democracias estabelecidas não têm medo de realizar uma extensa investigação tanto para esclarecer os fatos, como para evitar que erros sejam repetidos. O relatório Chilcot foi encomendado por um colega de Blair, Gordon Brown, que, na época, também era primeiro-ministro. Algo impensável em países onde a fidelidade partidária é mais importante que o interesse geral e comissões de investigação servem para enterrar qualquer assunto.
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