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Boris Johnson abre mão de suceder Cameron como premiê do Reino Unido

Ex-prefeito de Londres, favorito ao cargo após a vitória do Brexit, sai da disputa no mesmo dia em que seu aliado Michael Gove lança a própria candidatura

Pablo Guimón

A disputa pela sucessão de David Cameron à frente do Partido Conservador e do Governo britânico sofreu uma reviravolta na manhã desta quinta-feira, com o anúncio de que o candidato favorito, Boris Johnson, decidiu não concorrer. Pouco antes, Michael Gove, atual ministro da Justiça, que liderou com Johnson a campanha pelo Brexit, havia declarado sua intenção de concorrer ao cargo. Nos últimos dias, especulava-se que Gove seria o número 2 da candidatura de Johnson, numa chapa que muitos consideravam imbatível.

Boris Johnson, nesta quinta-feira.
Boris Johnson, nesta quinta-feira.TOBY MELVILLE (REUTERS)

A desistência de Johnson faz com que Gove e a ministra do Interior, Theresa May, se tornem os favoritos. May defendeu a permanência da União Europeia, mas sem participar do núcleo da campanha. Liam Fox, ex-ministro da Defesa, Andrea Leadson, ministra da Energia, e Stephen Crabb, ministro da Previdência, também concorrem.

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Gove anunciou sua candidatura de surpresa, com uma mensagem em que se distanciou de Johnson, teoricamente seu aliado. Gove, que liderou com Johnson a campanha pela saída britânica da União Europeia, inicialmente parecia ser o principal baluarte da candidatura do ex-prefeito de Londres, apesar da falta de confiança de ambos quanto a futuros acordos, como demonstrou um email escrito pela mulher do agora candidato, acidentalmente vazado.

“Eu disse em repetidas ocasiões que não quero ser primeiro-ministro. Essa sempre foi a minha ideia, mas os acontecimentos da última quinta-feira [dia do referendo] pesaram enormemente”, afirmou o ministro, em nota na qual salientou que “o povo britânico votou pela mudança”. Gove gostaria de “ajudar a montar uma equipe” ao lado de Johnson, mas conclui que o ex-prefeito “não tem como oferecer liderança e construir uma equipe para as tarefas pendentes”. O ministro prometeu trabalhar pela “unidade” e “mudança” na Grã-Bretanha, segundo a BBC.

Quem também anunciou sua candidatura nesta quinta-feira foi Leadson, titular da pasta da Energia. “Vamos aproveitar ao máximo as oportunidades do Brexit”, afirmou ela pelo Twitter, rompendo seu silêncio dos últimos dias.

Fox, ex-ministro da Defesa, antecipou na quarta-feira que se apresentaria na corrida por Downing Street, que teve Crabb, atual responsável pela Previdência, como primeiro postulante.

Os deputados tories têm até o começo da tarde desta quinta (hora local) para se candidatar à sucessão de Cameron, que anunciou sua renúncia na sexta-feira, horas depois da divulgação do resultado do referendo.

O próximo líder tory, que será também nomeado primeiro-ministro, deverá ser eleito em 9 de setembro, poucas semanas antes do congresso anual do partido, marcado para o começo de outubro na cidade inglesa de Birmingham.

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