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OMS ‘receita’ dois meses sem sexo ou fazê-lo com proteção ao retornar de áreas com Zika

A Organização Mundial da Saúde duplica o tempo de segurança para evitar a transmissão sexual

Área de Recife, cidade afetada pelo vírus.Foto: reuters_live | Vídeo: Quality

Quem viaja para áreas atingidas pelo zika vírus deve deixar de ter relações sexuais ou praticá-las de forma segura (com proteção profilática), pelo menos durante as oito semanas seguintes ao retorno a casa para evitar a transmissão sexual do vírus, recomendou na terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse prazo duplica o período de um mês de práticas sexuais seguras ou de castidade que até então a OMS “receitava”, porque, garante a entidade, novos estudos demonstram que o vírus pode sobreviver no esperma mais tempo do que se pensava.

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A recomendação é endereçada apenas aos homens e mulheres que não apresentam sintomas do vírus, que os cientistas acreditam ser o responsável pelo aumento –na América Latina– dos casos de microcefalia, um grave defeito congênito que faz com que bebês nasçam com cabeça e cérebros descomunalmente pequenos.

No caso em que o parceiro masculino já tenha mostrado sintomas de Zika, então a abstinência e a proteção devem ser observadas durante seis meses, “para garantir que a infecção tenha deixado o corpo e o vírus não seja transmitido para a parceira...”, segundo explicou à imprensa o porta-voz da OMS Cristiano Lindmeier.

Como até agora, as mulheres que estão grávidas ou tentando engravidar devem evitar viajar para áreas afetadas pelo Zika, e se seu parceiro viajou para uma região afetada, o casal deve praticar sexo seguro ou abster-se durante o resto da gravidez, acrescentou a OMS.

Ainda não está claro quanto tempo o vírus pode permanecer nos fluidos corporais, mas um relatório publicado neste mês mostrou que o esperma de um homem que retornou ao Reino Unido vindo da Ilha de Cook manteve-se positivo para o vírus 62 dias depois de os sintomas terem sido detectados. O Zika é transmitido principalmente por duas espécies do mosquito Aedes, mas também foi demonstrado que pode ser transmitido por contato sexual.

A OMS alertou na terça-feira que “a crescente evidência comprovou que a transmissão sexual do Zika vírus é possível e muito mais comum do que se pensava”.

Para as pessoas que vivem em áreas onde o Zika vírus está se espalhando, o controle da propagação é obviamente mais complicado. A OMS recomenda que nessas áreas as mulheres adiem a gravidez, e que as mulheres que tiveram relações sexuais desprotegidas e não queiram engravidar devem ter “acesso imediato à contracepção de emergência e ao aconselhamento”.

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