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Áustria vai desapropriar a casa onde Adolf Hitler nasceu

Governo quer evitar que moradia se torne um lugar de peregrinação nazista

Luis Doncel
A casa onde Hitler nasceu, em imagem de 2015.
A casa onde Hitler nasceu, em imagem de 2015.JOE KLAMAR (AFP)

A casa em que Adolf Hitler nasceu há mais de 125 anos passará a ser propriedade do Estado da Áustria. Após um longo debate sobre o destino das primeiras paredes vistas pelo líder nazista responsável por uma guerra que deixou mais de 50 milhões de mortos, a Segunda Guerra Mundial, o Governo decidiu desapropriar o imóvel para evitar que possa ser utilizado como um centro de peregrinação de pessoas da extrema-direita nostálgicas dos tempos do nacional-socialismo.

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Há tempos a Áustria se pergunta o que fazer com uma casa que está há cinco anos vazia e inutilizada, e que há mais de 40 anos é alugada pelo Estado para evitar que caia em mãos erradas. "No ano passado percebemos que a desapropriação era o único caminho para poder descartar um uso relacionado ao nacional-socialismo", disse um porta-voz do governo, que confirmou a notícia depois que a informação foi antecipada pela revista alemã Der Spiegel e o jornal austríaco Oberösterreichischen Nachrichten. De acordo com este meio, nos últimos anos têm aparecido tentativas de compra "duvidosas" de diversos países, incluindo de um deputado russo. Com essa decisão, a Áustria quer acabar com as especulações. A proprietária da moradia, que até agora rejeitava as propostas de compra por considerá-las insuficientes, receberá uma indenização.

Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 nessa casa em Braunau am Inn, uma localidade de 16.000 habitantes perto da fronteira alemã. Apesar de a família –Alois Hitler, funcionário da alfândega, e sua terceira esposa, Klara– ter passado apenas três anos na cidade, a marca deixada por aquele que mais tarde se tornaria um dos maiores genocidas da história é profunda. Após a anexação, ou Anschluss, da Áustria pelo império alemão em março de 1938, o Partido Nacional-Socialista comprou a casa, que durante os últimos dias da guerra foi ocupada por militares dos Estados Unidos. Os proprietários originais a recuperaram em 1952.

O Governo austríaco aluga desde 1972 a moradia de 800 metros, que desde então já teve vários usos: uma biblioteca, um banco e um centro de informações para deficientes. Mas desde 2011 está inutilizada. E a Prefeitura de Braunau, que subloca do Ministério do Interior, diz que está cada vez mais difícil realizar o pagamento mensal de 4.800 euros de aluguel.

O Parlamento terá agora de aprovar uma lei para realizar a desapropriação. Ao mesmo tempo, será criada uma comissão para decidir qual será o uso dado ao local. Em 1989, como lembrança do primeiro centenário do nascimento de Hitler, se colocou em frente à casa um monólito de granito da pedra oriunda do campo de concentração nazista de Mauthausen. "Pela paz, a liberdade e a democracia. Nunca mais o fascismo. Milhões de mortos advertem", diz a inscrição.

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