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Bélgica identifica terceiro terrorista do aeroporto

É Mohamed Abrini, apelidado de 'homem de chapéu', um dos seis presos na sexta-feira

Álvaro Sánchez
Mohamed Abrini hombre del sombrero
Mohamed Abrini, no aeroporto de Bruxelas.
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Estreitam-se os laços entre os atentados de Paris e de Bruxelas. A Promotoria belga identificou o terceiro terrorista a participar no dia 22 de março do atentado no aeroporto de Bruxelas-Zaventem. É Mohamed Abrini, suspeito de ter feito parte dos atentados de Paris e um dos seis presos nesta sexta-feira em Bruxelas. Segundo um porta-voz da Promotoria, Abrini, apelidado de “homem de chapéu”, admitiu ser o terceiro agressor do aeroporto. “Mostramos a ele um vídeo preparado por nossa unidade especial”, disse o porta-voz. “Reconheceu que era ele”, acrescentou. O Ministério Público o acusou neste sábado, junto com outras três pessoas, de integrar organização terrorista e de assassinatos terroristas, no âmbito da investigação do atentado de 22 de março.

O Ministério Público também acusou Osama Krayem, outro dos detidos na sexta-feira. Os promotores acham que Krayem é o “segundo homem” que manteve contato com um dos camicases do metrô de Bruxelas e que comprou no centro da cidade as sacolas usadas no atentado. Também foram acusados Herve B. M. e Bilal E. M. Outras duas pessoas que haviam sido presas foram libertadas depois de interrogadas, informaram as autoridades.

A captura do chamado “homem de chapéu” era o principal objetivo das autoridades belgas depois da prisão de Salah Abdeslam por seu papel nos atentados de Paris. A polícia belga divulgou nesta semana um vídeo com imagens de câmeras de segurança que mostram o terrorista em vários pontos da cidade pouco depois do ataque, do qual escapou caminhando. Os agentes tinham pedido a ajuda da população para sua prisão e procuravam seu casaco, peça que, conforme confessou à Promotoria, jogou no lixo logo após sair andando do aeroporto.

Mohamed Abrini, em uma imagem cedida pela policial belga.
Mohamed Abrini, em uma imagem cedida pela policial belga.AFP

Abrini responderá por sua participação no ataque de Bruxelas e no de Paris: foi visto com Abdeslam dois dias antes do atentado que tirou a vida de 130 pessoas na capital francesa. Ambos eram amigos desde a adolescência em Molenbeek, bairro no qual cresceram, e suas vidas têm certas semelhanças: ambos tiveram passagens por roubo e tráfico de drogas antes de se tornar radicais.

A Bélgica também informou neste sábado que subiu para seis o número de prisões realizadas na sexta-feira no âmbito da investigação do ataque de 22 de março em Bruxelas. O sexto detido é Bilal El Makhoukhi, bruxelense condenado no processo contra o grupo pró-jihadista Sharia4Belgium em Amberes (Norte), segundo a rede pública VRT, que não divulgou detalhes sobre seu suposto papel nesses atentados.

O novo balanço de detenções foi divulgado depois de haver uma incursão num bloco de apartamentos do bairro de Etterbeek, no centro de Bruxelas, na qual não foram feitas prisões, segundo veículos de mídia belgas. A operação teve a atuação de mais de 50 policiais e duas unidades de franco-atiradores.

A incursão começou por volta das 13h30 (horário local), com a implantação de um perímetro de segurança ao redor do edifício. Os agentes evacuaram todos seus moradores e as pessoas na loja do térreo. Testemunhas disseram ter visto vários agentes do departamento forense entrando e saindo do edifício, segundo o jornal belga Le Soir.

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