Pesquisas indicam empate técnico para segundo colocado nas eleições do Peru
Mendoza e Kuczynski se enfrentam para disputar o segundo turno com Fujimori, que perde pontos
A eleição presidencial no Peru será decidida por alguns milhares de votos, pelo menos é o que indicam pesquisas realizadas na última semana. Nos últimos dias, segundo diretores das quatro principais empresas de pesquisa do Peru, que realizaram uma reunião com a imprensa internacional, houve algumas pequenas mudanças. A favorita para ganhar o primeiro turno no domingo, a líder da Força Popular, Keiko Fujimori, está perdendo entre um e três pontos, provavelmente por causa dos protestos realizados contra a candidata em 5 de abril. No entanto, está na liderança muito longe do segundo colocado. Porém, o mais importante para o resultado final é que os quatro institutos de pesquisa identificam um empate técnico para o segundo lugar, entre Pedro Pablo Kuczynski (Peruanos pela Mudança, de centro) e Verónika Mendoza (Frente Ampla, de esquerda). As eleições mudariam muito com a entrada de um ou de outro, porque ocupam espaços muito diferentes.
"Fujimori perdeu três pontos, provavelmente como resultado das marchas; isso a afasta de uma vitória no primeiro turno. Pedro Pablo Kuczynski (PKK) se mantém e Verónika Mendoza cresceu 1,7% em votos válidos, em empate virtual com PPK", disse Alfredo Torres, diretor do instituto Ipsos no Peru, sobre uma pesquisa realizada em meados desta semana.
Segundo o último levantamento do Ipsos, a favorita das pesquisas tem 37% dos votos válidos — descontando nulos e brancos —; Kuczynski tem 20,3%; e Mendoza conta com 20,1% das intenções de voto.
De acordo com Torres, a porcentagem de eleitores indecisos chega a 9%: "mais rurais do que urbanos, mais mulheres do que homens, com mais idade do que jovens, e mais nos níveis socioeconômicos D e E do que na classe média", detalhou.
Na pesquisa realizada pela Datum Internacional, entre 3 e 6 de abril, a ex-congressista e filha do ex-presidente Alberto Fujimori obteve 35,4% das intenções de voto; Mendoza, parlamentar de Cusco e candidata da esquerda, aparece com 15,3%; e o candidato do Peruanos pela Mudança, com 14,8%, informou Urpi Torrado, gerente-geral da Datum. "Para a Força Popular, há uma ligeira queda de 36,1% para 35,4%, em comparação com a pesquisa anterior, e um empate técnico entre Mendoza e PPK", disse.
O diretor-gerente da GfK no Peru, Hernán Chaparro, destacou que menos de 4,6 pontos de distância entre um candidato e outro não é uma diferença significativa e se interpreta como empate. No levantamento com a cédula eleitoral, Fujimori alcançou 40,7% dos votos válidos (descontando nulos e brancos); Kuczynski obteve 20,8%; e a líder da Frente Ampla, 16,5%: "estritamente é um empate", disse Chaparro.
Keiko Fujimori está perdendo entre um e três pontos, provavelmente devido aos protestos realizados contra ela
"Comparada com a pesquisa de 1o de abril, quando Fujimori tinha 42,1%, agora tem dois pontos a menos de votos válidos; Kuczynski subiu 3,7 [pontos], é o que mais se move na medição; e Mendoza não se move", disse o responsável da GFK.
Para Chaparro, a candidata da esquerda conseguiu ocupar o espaço de tecnocrata Julio Guzmán, especialmente no sul do país. O político do partido Todos pelo Peru, que chegou a ter 21% das intenções de voto, ficou fora da corrida presidencial por decisão do Jurado Nacional de Eleições, devido a violações da lei cometidas no registro de sua candidatura. Além disso, disse que parte dos votos de Alfredo Barnechea (7,7% dos votos válidos), do partido Ação Popular (centro), foi para Kuczynski.
Os institutos de pesquisa não incluem os votos no exterior, que representam 3,9% da população votante, de acordo com o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE, na sigla em espanhol), ou seja, mais de 884.900 eleitores", dos quais metade participa", afirmou Manuel Saavedra, do instituto CPI.
Torres disse que o "antivoto" (índice de rejeição) contra Fujimori está no nível mais elevado até o momento na campanha (51% dos eleitores definitivamente não votariam nela); o índice de Mendoza é de 44% e o de Kuczynski, 41%.
O voto rural representa 22% do eleitorado peruano e, nesse setor, Fujimori tem 31% das preferências, enquanto Mendoza atinge 22%, uma porcentagem maior do que a população urbana que votaria nela.
A chave é, portanto, saber quem entra no segundo turno no domingo. As previsões dos institutos de pesquisa indicam que a decisão será apertada e vai depender do que acontecerá nas últimas horas, quando milhões de indecisos realmente escolhem seu candidato.
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