Putin ordena o início da retirada das tropas russas da Síria
O presidente russo considera que as forças já cumpriram sua missão

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou ao ministro de Defesa da Rússia, Serguei Choigu, que comece a partir de terça-feira a retirada do grosso das tropas russas mobilizadas na Síria, por considerar que essas forças combinadas de diversos corpos militares já cumpriram sua missão, que era criar as condições para a resolução diplomática do conflito.
O chefe de imprensa de Putin, Dmitry Peskov, disse que essa decisão já foi acertada com o presidente sírio, Bashar al-Assad, a quem Putin telefonou na segunda-feira. O presidente russo fez o anúncio durante uma reunião com o ministro de Defesa e o das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Putin também ordenou aumentar a participação da Rússia no processo de paz para encerrar o conflito na Síria.
“Acredito que a tarefa designada ao Ministério de Defesa e às forças armadas já cumpriu seu objetivo”, disse Putin, segundo a agência Sputnik. As tropas russas operam em território sírio desde setembro. Apesar do início da retirada da “maior parte” das tropas, a Rússia continuará mantendo presença militar no país, como no porto de Tartus e na base aérea de Hmeymin, na província da Lataquia.
Putin considera que as forças armadas sírias deram uma reviravolta na luta contra "o terrorismo internacional".
Prestes a se completar cinco anos de guerra – com mais de 250.000 mortos e 11 milhões de refugiados – e depois de várias rodadas de diálogo fracassadas, o regime e a oposição da Síria voltaram a negociar na segunda-feira para buscar a saída de um conflito mais longo e sangrento do que o dos Balcãs e que desatou a maior crise de refugiados na Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Pela primeira vez desde o começo da rebelião em 15 de março de 2011, o país árabe vive há duas semanas um cessar-fogo que, apesar das violações, é observado majoritariamente – mais de 80%, segundo Washington – pelos combatentes.
O presidente sírio, por sua vez, comunicou a Putin sua esperança de que as conversas de Genebra consigam resultados imediatos.