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EUA recomendam que grávidas não viajem às Olimpíadas do Rio

Centro de Controle de Doenças diz que, devido ao surto de zika, gestantes devem evitar os Jogos

Silvia Ayuso
Dilma Rousseff com a diretora da OMS, Margaret Chan.
Dilma Rousseff com a diretora da OMS, Margaret Chan.Fernando Bizerra Jr. (EFE)
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O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos emitiu uma série de recomendações às pessoas que pretendem viajar ao Brasil para participar dos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto. O principal conselho é o mesmo que faz para todas as regiões afetadas pelo zika vírus: se você estiver grávida, é melhor mudar de planos.

“Devido ao surto do zika vírus, o CDC recomenda às grávidas que considerem não viajar aos Jogos”, diz o centro, em suas recomendações tanto para os Jogos Olímpicos como para os Paralímpicos, que acontecem um mês depois na mesma cidade.

Para as grávidas que não podem mudar a viagem, o CDC pede que “consultem antes seu médico” e que sigam “estritamente” as instruções para evitar de todas as maneiras possíveis a picada de mosquitos. O Aedes aegypti é a principal via de transmissão do vírus, que está sendo ligado ao aumento de casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré.

Tendo em vista o número crescente de casos de contágio do zika vírus por transmissão sexual, o CDC insiste também em sua recomendação para que os homens que viajem a regiões onde existam surtos de zika – como a sede dos Jogos – usem preservativo ou se abstenham de manter relações sexuais se sua companheira estiver grávida.

As recomendações do CDC são publicadas no mesmo dia em que a Argentina divulga o primeiro caso de transmissão do zika vírus por via sexual. A contaminada foi uma mulher da província de Córdoba cujo companheiro adquiriu o vírus na Colômbia e que ao retornar a infectou ao manterem relações sexuais.

Na mesma semana, o CDC disse estar investigando 14 novos casos de possível transmissão sexual do zika vírus. Segundo especificou na sexta-feira, destes, dois casos já foram confirmados e outros quatro são considerados “prováveis”. Dois casos foram descartados e o restante, outros seis, continuam “sob investigação”.

Além disso, o CDC informou que nove grávidas residentes nos Estados Unidos contraíram o zika vírus em diferentes momentos da gravidez ao viajarem a regiões afetadas.

Seis das mulheres tiveram sintomas do vírus durante o primeiro trimestre da gravidez. Duas delas sofreram abortos espontâneos – mesmo que o CDC tenha frisado não ter sido possível estabelecer um vínculo direto entre o zika e a perda do feto – e outras duas decidiram interromper a gravidez. Outra mulher deu à luz um bebê com microcefalia, enquanto a sexta infectada continua com sua gravidez. Das duas mulheres infectadas durante o segundo trimestre de gravidez, uma deu à luz um bebê “aparentemente saudável” e a outra também continua com a gestação. A mulher contaminada no terceiro trimestre de gravidez teve um bebê saudável. Mesmo que as suspeitas sejam cada vez maiores, ainda não foi estabelecido um vínculo claro entre o zika vírus e a microcefalia. Ainda há dúvidas, por exemplo, se a condição é causada somente por conta do zika ou se outros fatores influenciam nessa malformação; também ainda se investiga se influi ou não o grau de gestação da mulher no momento da infecção com o vírus.

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