_
_
_
_

“Há muito alarmismo” com o zika, diz windsurfista que teve a doença

Espanhola Marina Alabau, que contraiu o vírus no Brasil, minimiza a preocupação com as Olimpíadas

Juan Morenilla
Marina Alabau, em 2014.
Marina Alabau, em 2014.EFE

Era a primeira vez que escutava essa palavra: zika. A windsurfista espanhola Marina Alabau voltara para sua casa em Tarifa (sul da Espanha) com febre, manchas vermelhas por todo o corpo e dor nas articulações. Os sintomas haviam começado antes do Natal, durante a Copa do Brasil de vela, disputada em Niterói, no Estado do Rio do Janeiro. Não conseguia treinar e voltou à Espanha para averiguar o que ela tinha. “É o zika vírus”, informou-lhe um médico. “Não tem remédio. Mas fique tranquila que não é nada grave. Não vá a um hospital fazer exames porque não vão saber o que você tem. Essa doença não é conhecida na Europa.”

Marina Alabau, a melhor velejadora espanhola, ouro na Olimpíada de Londres-2012 na classe RS:X (windsurfe olímpico), não se alarmou. Com descanso, recuperou-se em poucos dias. Depois disso, competiu em Miami e nesta segunda-feira começa sua participação no Mundial da categoria, em Eliat (Israel). “Mas este não é o meu objetivo. A Olimpíada é”, diz a sevilhana, de 30 anos. Será a oportunidade de ela voltar ao Brasil, país onde em dezembro contraiu zika, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti (assim como a dengue e a chikungunya) e que está motivando grande preocupação na família olímpica. “Mas há muitíssimo alarmismo”, minimiza Alabau; “uma gripezinha te deixa quatro dias de cama, e é muitíssimo pior que a zika. A zika é que não é nada. É menos que um resfriado. Teve gente que me mandou mensagem: ‘Fiquei sabendo que você está com zika, tomara que esteja bem’. Só que não aconteceu nada comigo! Eu nem dei importância nem teve consequências. Não é grave. Simplesmente é famoso e ponto. Com relação à Olimpíada, pode influenciar, certamente algum esportista pegará o vírus antes da competição. Mas também há outros vírus, as pessoas se resfriam e se contundem… está na moda”.

O vírus não é grave. Simplesmente é famoso

As delegações dos Estados Unidos e do Quênia, apesar disso, já disseram que seus atletas terão a liberdade de não participar da Olimpíada se estiverem com medo da zika, uma doença cuja consequência mais grave é sua relação com a microcefalia fetal. “Eu lembro sem detalhes, simplesmente passei mal e o meu médico me disse que tinha zika. Nem fiquei de cama. Só um pouco abatida um dia”, comenta Alabau. Nem o marido dela, Alex Guyader, nem a filha, Marta, de dois anos e meio, contraíram o vírus. Para a Olimpíada, no entanto, a menina permanecerá em Tarifa. “Ela viaja muito, já esteve três vezes no Brasil”, conta Alabau, que às vezes leva Marta às competições, com um avô, e em outras a deixa em casa, com seus pais.

Mais do que o zika vírus, a grande preocupação da espanhola para a Olimpíada é a poluição na baía de Guanabara, cenário das provas de vela no Rio, onde ela tentará buscar sua segunda medalha em três edições dos Jogos (foi quarta colocada em Pequim-2008). Alabau é uma eminência no RS:X, pentacampeã europeia, número 1 do mundo e atual dona do ouro olímpico. Costuma passar três meses por ano no Brasil, fugindo do inverno espanhol e porque é mais barato. Antes da Olimpíada, que acontece de 5 a 21 de agosto, disputará a Copa do Mundo e, entre junho e julho, alternará duas semanas de treinos no Rio com duas em Tarifa.

Alabau quer se manter na onda até os Jogos de Tóquio-2020. Depois se dedicará ao seu site, o malabau.com, que oferece atividades de surfe e alojamento mundo afora.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_