Príncipe George aumenta a fama do método Montessori
Pedagogia italiana defende que crianças aprendam de modo natural, seguindo seus instintos
Não é um exagero dizer que George de Cambridge cria tendências desde o momento em que nasceu. Do xale que o envolvia com poucas horas de vida até a jardineira da marca espanhola Neck and Neck, qualquer traje que o príncipe usa é vendido até se esgotar. Existem páginas na Internet que documentam a roupa que veste e a edição britânica da revista GQ o incluiu em sua lista de mais bem vestidos.
Só tem três anos, mas parece que sua influência não se limita à moda. Em 2016, George começou a frequentar a creche Westsacre Montessori, perto de Anmer Hall, a mansão de seus pais, no condado de Norfolk. A difusão dessa notícia fez com que os pedidos de ingresso nas escolas primárias desse método disparassem em todo o país. Segundo o Instituto Maria Montessori de Londres, desde que se anunciou que o príncipe frequentaria uma escola Montessori foi registrado um aumento de 65% na demanda.
Com esta decisão sobre a educação de seu filho, William confirma que a figura de sua mãe, Lady Di, continua presente em sua vida. Tanto ele como seu irmão, Harry, foram educados nesse método pedagógico por desejo de Diana de Gales, que antes de se casar trabalhou em uma das creches Montessori da capital britânica.
As origens
O método foi desenvolvido no início do século XX por Maria Montessori, uma das primeiras mulheres médicas da Itália. Fundou seu sistema com base na ideia de que as crianças pequenas aprendem de modo natural se lhes for permitido seguir seus instintos. A finalidade é ajudá-las a pensar, agir e decidir por si mesmas. Os professores formados segundo essa pedagogia promovem o jogo como método de aprendizagem.
Um dos detalhes que mais surpreendem ao se entrar em uma instituição Montessori é o silêncio que reina nas salas de aula, algo que não combina com um espaço repleto de crianças. Os professores dizem que se respira mais tranquilidade se for permitido às crianças escolherem com liberdade a atividade que mais lhes interessa. No Brasil, por exemplo, existem 41 escolas que trabalham com essa pedagogia, segundo dados da Organização Montessori do Brasil.
Em sua escola, o príncipe George aprenderá a ser independente, respeitar os demais e concentrar-se em qualquer situação, o que lhe servirá nas longas viagens que o aguardam. Alguns dos alunos Montessori mais famosos são o escritor Gabriel García Márquez, Jackie Kennedy, o dono da Amazon, Jeff Bezos, e os fundadores do Google Sergey Brin e Larry Page.
Não faltam críticas ao método. É comum que se censure seu caráter elitista. As vagas são reduzidas, o que provoca a concorrência entre os pais. No Reino Unido, as escolas Montessori fecham durante longos períodos de férias, o que obriga os pais trabalhadores a arranjar dias livres para cuidar das crianças ou desembolsar dinheiro extra com babás.
Tudo contribui para que essas instituições não costumem refletir a diversidade da sociedade. Outros observam que nas salas de aula há apenas brinquedos e não se promove a brincadeira com a imaginação. Maria Montessori justificava isso dizendo que as crianças preferem o real à fantasia. Uma dose de realidade sem dúvida necessária na educação de um principezinho.
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