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PM veta trajeto do MPL, e protesto no centro de São Paulo é reprimido

Secretaria de Segurança diz que rota eleita pelo Movimento Passe Livre colidiria com outro ato

Um dos feridos durante ato do MPL nesta quinta.
Um dos feridos durante ato do MPL nesta quinta.Andre Penner (AP)
Marina Rossi
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O acordo ruiu. O acerto tácito entre ativistas do Movimento Passe Livre e a Polícia Militar de São Paulo para que os dois mais recentes protestos se realizassem na cidade sem sobressaltos não funcionou nesta quinta-feira, quando os ativistas convocaram o quinto grande ato contra o aumento da tarifa de transportes. A Secretaria de Segurança Pública do Governo Alckmin divulgou nota dizendo que não seria possível o trajeto escolhido pelo movimento, e divulgado horas antes, para a marcha no centro de São Paulo porque havia outro protesto "que está sendo realizado no Viaduto do Chá", de perueiros. A PM também argumentou que o MPL divulgou muito tarde percurso. O MPL contestou a informação - o protesto anterior já havia se encerrado, argumentaram - e rejeitaram também a nova rota definida pela polícia para o trajeto.

A situação era tensa por volta das 19h30 porque, desta maneira, se repetia as circunstâncias nas quais, no dia 12 de janeiro, a polícia reprimiu duramente a marcha do MPL na av. Paulista e a impediu de acontecer. Ainda assim, os manifestantes iniciaram a marcha, que transcorreu sem problemas até a praça da República. Houve novo impasse. A PM proibiu que os manifestantes seguissem para a av. 23 de Maio, em direção à Assembleia Legislativa (Alesp), o roteiro original do MPL, e eles tentaram forçar a barreira. A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e o grupo maior foi dispersado. Segundo os socorristas do Grupo de Apoio ao Protesto Popular (GAPP), ao menos 16 pessoas ficaram feridas por estilhaços de bombas, spray de pimenta e cassetete.

A divulgação do roteiro é uma exigência da Secretaria de Segurança, que diz se basear no "aviso prévio" de manifestações previsto na Constituição. O alcance do artigo constitucional em questão é tema controverso. Não está explícito na Carta o detalhamento de um percurso, mas alguns constitucionalistas argumentam que no espírito do texto está a ideia de que se avise uma rota para que as autoridades possam se preparar e eventualmente orientar mudanças nos serviços públicos.

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