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Eagles of Death Metal voltam a Paris após ataque terrorista no Bataclan

Banda californiana tocou duas músicas durante show do U2 na capital francesa

O grupo Eagles of Death Metal na sala Batlaclan.Foto: reuters_live | Vídeo: REUTERS-LIVE
Álex Vicente

A banda Eagles of Death Metal, que tocava na casa de espetáculos parisiense Bataclan durante os ataques de 13 de Novembro, voltou na noite de segunda-feira à capital francesa para subir ao palco pela primeira vez desde os atentados que tiraram as vidas de 130 pessoas. Retornaram na qualidade de convidados especiais do U2, que tinha adiado até domingo e segunda suas apresentações inicialmente previstas para 14 e 15 de novembro na cidade. "Deixe-me apresentá-los a pessoas cujas vidas estarão ligadas para sempre à cidade de Paris. Eles são os nossos irmãos, nossos colegas poetas. Tiraram o palco deles, então hoje à noite nós gostaríamos de oferecer o nosso", disse o líder do U2, Bono, pouco antes do final do show na arena parisiense de Bercy, por volta das 23h.

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O vocalista do Eagles of Death Metal, Jesse Hughes, apareceu no palco com terno e gravata borboleta brancos, acompanhado dos quatro membros que tocavam no Bataclan quando os terroristas atacaram. "Vocês estão se divertindo?", perguntou a um público de 20.000 pessoas. Eles cantaram junto com o U2 uma versão de People Have the Power, de Patti Smith, que a própria a cantora tinha cantado na noite anterior. Depois, emendaram com uma de suas próprias canções, I Love You All the Same. No encerramento da apresentação, Hughes agradeceu a oportunidade ao U2 e declarou: "Quando olho em volta, o que vejo? Vejo os nossos amigos. Eu amo muito vocês. Nunca vamos parar de fazer rock and roll".

Durante o show, Bono já havia se referido ao clima político atual, marcado pela ameaça jihadista. "Eles tentam nos provocar medo? Querem que a gente denuncie nossos vizinhos? Não vamos ceder ao medo. Rejeitamos nos tornar monstros para destruir um monstro", disse o cantor irlandês. Bono demonstrou sua solidariedade às vítimas dos ataques ocorridos em Paris, Saint-Denis, Beirute, Damasco e na Califórnia, mas também às famílias dos terroristas, seduzidos por "uma ideologia que perverte a magnífica mensagem do Islã".

O grupo Eagles of Death Metal prometeu na semana passada que voltaria a Paris para concluir aquele show interrompido, assim como o restante de sua turnê europeia. "Não temos outra opção a não ser terminar a turnê. Não só por nós mesmos, mas também pelos fãs. Não é um gesto político, vai além. É simplesmente humano", disse o cofundador da banda, Josh Homme, durante uma entrevista concedida à Vice. Além disso, o Eagles of Death Metal também anunciou que quer voltar a se apresentar no Bataclan, que deve reabrir no final de 2016, segundo afirmaram seus líderes. "Quero que sejamos a primeira banda a tocar no Bataclan quando reabrir, porque estávamos lá quando ficou em silêncio por um minuto. Nossos amigos foram ver rock and roll e morreram. Eu quero voltar para lá e viver", disse Hughes na mesma entrevista. O responsável pelo merchandising da banda Eagles of Death Metal morreu durante o ataque dos terroristas no Bataclan, assim como outras 89 pessoas.

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