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FIFA investiga Del Nero e chefes da Conmebol e Concacaf são presos

Se punido, presidente da CBF será banido das atividades relacionadas ao futebol

Jornalistas diante do hotel de Zurique onde os dirigentes foram presos.Foto: reuters_live | Vídeo: A. WIEGMANN / Reuters-live!
Ladislao J. Moñino

Mais uma vez, o luxuoso hotel Baur au Lac, em Zurique, testemunhou um golpe da Justiça suíça e norte-americana contra a FIFA. A polícia do país europeu deteve por suspeita de corrupção mais dois membros do organismo que dirige o futebol internacional, mas entre eles não está o presidente da entidade, Joseph Blatter. Os cartolas presos são Juan Ángel Napout, presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), e Alfredo Hawitt, presidente da Confederação Centro-Americana e do Caribe (Concacaf). Ambos são acusados de receberem subornos milionários para facilitar a venda de direitos televisivos de competições realizadas na América Latina e de partidas válidas por eliminatórias para Copas do Mundo.

Também na quinta-feira, a FIFA, através de seu Comitê de Ética, anunciou a abertura de um processo contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo del Nero. O dirigente renunciou na semana passada à sua vaga no Comitê Executivo da FIFA, da qual ultimamente já se ausentava, e também tem evitado viagens com a seleção brasileira, por medo de ser preso no exterior.

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O processo foi aberto no última dia 23 de novembro após o órgão da entidade receber os documentos das autoridades brasileiras, segundo informa A Folha de S. Paulo. Andreas Bantel, porta-voz da FIFA, não deu detalhes sobre a investigação. Como o Comitê de Ética pode suspender ou banir cartolas do futebol, Del Nero terá que deixar a presidência da CBF caso seja punido.

Os dois dirigentes presos em Zurique são vice-presidentes da FIFA e membros do seu comitê executivo, que está reunido na cidade suíça para aprovar as reformas de regeneração do órgão após o escândalo que estourou em maio e levou à prisão de 14 de seus integrantes. Napout era o tesoureiro da Conmebol na época dos atos de corrupção investigados. O paraguaio é o terceiro presidente da Conmebol a ser detido desde maio. Antes, foram presos seu compatriota Nicolás Leoz e o uruguaio Eugenio Figueredo. O hondurenho Hawitt é o segundo presidente da Concacaf envolvido em denúncias de corrupção, depois de Jack Warner, de Trinidad e Tobago, um dos supostos mentores e executores da trama de corrupção investigada.

As detenções aconteceram durante a madrugada (hora local), e não se descarta que haja outras, embora não no hotel nem na sede da FIFA, aonde outros dirigentes do futebol mundial começavam a chegar durante a manhã. O hotel neste momento continua sob isolamento policial.

A onda de detenções que se antevê tem a América do Sul como foco. A Conmebol está no centro da trama, e várias suspeitas recaem sobre o seu diretor-geral, Gorka Villar, filho de Ángel María Villar, presidente da Federação Espanhol de Futebol e vice-presidente da FIFA e UEFA (entidade que dirige o futebol europeu). Antes de assumir esse cargo, Gorka Villar foi assessor jurídico da confederação sul-americana.

A FIFA realizará em fevereiro eleições para escolher o sucessor de Blatter, que está suspenso, junto com vários outros dirigentes, desde que a Suíça anunciou no final de setembro que ele estava no centro de uma segunda investigação. Em um sucinto comunicado, a FIFA diz estar informada sobre as detenções e reitera que “continuará cooperando totalmente, conforme permite a lei suíça”, com as investigações dos EUA e da promotoria suíça a respeito da suposta corrupção na entidade.

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