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Estados Unidos suspendem programa de formação de rebeldes sírios

Projeto, iniciado em dezembro, tinha orçamento de 500 milhões de dólares

Marc Bassets
Rebeldes sírios, no final de julho em Alepo
Rebeldes sírios, no final de julho em AlepoREUTERS

O Governo Obama anunciou nesta sexta-feira novos ajustes na sua estratégia para a Síria, o que inclui a suspensão de um programa do Pentágono destinado a treinar e equipar rebeldes sírios moderados. Esse programa, criado pelo Congresso em 2014 com um orçamento de 500 milhões de dólares (1,87 bilhão de reais), era um dos pilares da política do presidente Barack Obama perante uma guerra civil que em quatro anos deixou mais de 200.000 mortos. A recente intervenção militar da Rússia parece deixar Obama desconcertado, num impasse entre a luta contra o Estado Islâmico e a oposição ao regime de Bashar al Assad, a quem ele atribui a responsabilidade pelo conflito.

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Em vez de treinar e equipar uma nova força da oposição na Síria, os Estados Unidos passarão a treinar e equipar apenas forças já existentes.

Pode parecer um detalhe, mas as implicações são notáveis. O novo plano significa que a Administração Obama reduz suas exigências.

O objetivo até agora era criar uma força moderada que tivesse sido adestrada e fosse controlada por Washington. Em outras palavras, tratava-se de formar combatentes aliados em países vizinhos e lançá-los ao campo de batalha –basicamente, uma força totalmente patrocinada pelos EUA, que, graças a um rigoroso controle dos antecedentes dos milicianos, deveria evitar a infiltração de elementos extremistas.

Agora, os EUA relaxam esses critérios. Em vez de formarem sua própria força, procurarão líderes militares que já combatam no terreno, com a intenção de equipá-los e lhes delegar a luta em favor dos interesses norte-americanos.

A razão da mudança é o fracasso, admitido pela Administração Obama, do plano para formar e equipar a uma força rebelde. Deveriam ser 5.400 milicianos no primeiro ano, chegando a 15.000 ao final de três anos. Há algumas semanas, porém, o Pentágono admitiu que só quatro ou cinco estavam em combate em setembro, embora depois tenha ampliado a cifra para 80. Não foi o único problema. Alguns rebeldes que entraram em combate nos últimos meses foram derrotados pelos jihadistas, e parte do equipamento fornecido pelos EUA foi parar nas mãos da Frente Al Nusra, filial local da Al Qaeda.

“Continuo convencido de que uma derrota duradoura do EI [Estado Islâmico] na Síria depende em parte do sucesso sobre o terreno de forças locais motivadas e capazes”, disse em nota o secretário de Defesa, Ashton Carter. “Acredito que as mudanças que hoje instituímos aumentarão com o tempo o poder de combate contra as forças do EI na Síria, e afinal contribuirão para que a nossa campanha obtenha uma derrota duradoura do EI.”

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