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Ações da Petrobras sobem depois de anúncio da venda de ativos

Estatal vai vender 13,7 bilhões de dólares em negócios ligados a gás e unidades no exterior

A. J. Barca
Posto da Petrobras, no Rio.
Posto da Petrobras, no Rio.Dado Galdieri (Bloomberg )

Após receber na semana passada o rebaixamento de dois degraus (de BAA3 para BA2) por parte da agência de classificação de risco Moody’s – o que posiciona suas ações na área de investimentos não seguros – , a Petrobras decidiu acelerar um plano de venda de ativos para fazer caixa. Em comunicado emitido na segunda-feira, a maior empresa pública da América Latina (e maior empresa do Brasil) informa que decidiu vender ativos no valor de 13,7 bilhões de dólares (perto de 40 bilhões de reais) ao longo de dois anos.

O objetivo é garantir receita, concentrar-se em investimentos indubitavelmente seguros e rentáveis e diminuir a dívida líquida da empresa, atualmente em torno de 80 bilhões de dólares. A empresa, além dos problemas econômicos, sofre com as acusações de corrupção, que sacodem o sistema político brasileiro, comprometem a credibilidade da Petrobras no exterior e seu funcionamento interno. O anúncio foi suficiente para fazer as ações da petroleira chegarem a subir 3% nesta terça-feira.

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A empresa se apressa em dizer que todos os seus credores recebem em dia e que a Petrobras não tem problemas financeiros insolúveis. Mas o rebaixamento da nota pela Moody’s e o fato de não ter ainda publicado seu relatório econômico de 2014 (que depende da quantificação, entre outras coisas, do valor do que foi roubado pelos corruptos) fazem com que a Petrobras não possa ir ao mercado externo para pedir empréstimos e tenha que se conformar em conseguir dinheiro em suas próprias fontes.

A empresa pretende se desfazer, principalmente, de infraestrutura e negócios que não dependam do petróleo e tenham mais relação com o gás e outras fontes de energia. Mesmo assim, segundo O Globo, a empresa tentará se desfazer, entre outras coisas, de uma refinaria japonesa situada em Okinawa, de alguns investimentos na Argentina e de pequenas centrais elétricas.

Essa é uma das decisões tomadas pela nova equipe diretora da Petrobras, comandada por Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, que assumiu a Petrobras em fevereiro, em substituição a Graça Foster. Com isso, o Governo espera dar uma resposta rápida a investidores para evitar que a empresa continue a sangrar. “O Bendine vai trazer uma gestão mais voltada para a reestruturação da Petrobras”, disse Eduardo Braga, ministro das Minas e Energia.

O plano, segundo ele, é blindar a companhia cada vez mais da influência política, o que seria um efeito colateral benigno da operação Lava Jato. “Não devemos estar lá dentro para gerir o negócio do petróleo, e sim formular bons mecanismos de transparência, trazendo bons resultados para a Petrobras”, afirmou.

De acordo com a Agência Estado, a empresa pode vir a cortar ainda investimentos na ordem de 20 a 30 bilhões de reais este ano.

O Governo conta, ainda, com a melhora dos preços internacionais de petróleo, o que pode tornar mais rentável a extração diária dos 2,5 milhões de barris de petróleo. “O preço atual não é sustentável. A Opep reduziu os preços por uma questão política”, avaliou Eduardo Braga.

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