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Rede terrorista desmantelada na Bélgica era comandada da Grécia

Polícia grega detém em Atenas quatro pessoas relacionadas à ação policial de quinta-feira em Verviers Suspeito de comandar a trama mora na Grécia e combateu nas fileiras do Estado Islâmico

Ignacio Fariza
Militar belga custodia a residência do primeiro-ministro, no centro de Bruxelas.
Militar belga custodia a residência do primeiro-ministro, no centro de Bruxelas.G. V. W. (AP)

A Grécia se tornou o inesperado epicentro informativo depois da operação antiterrorista da quinta-feira em Verviers (leste da Bélgica), que terminou com 13 detidos e dois suspeitos mortos. Pelo menos quatro pessoas foram presas no sábado em Atenas, supostamente envolvidas com a célula terrorista desmantelada, segundo o jornal grego Kathimerini. Ainda não se sabe se entre os detidos está Abdelhamid Abaaoud, de 27 anos, belga de origem marroquina que a imprensa da Bélgica aponta como mentor da trama. O homem, também conhecido como Abu Omar Sussi, estaria morando na Grécia depois de lutar na Síria como combatente do Estado Islâmico.

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O contato entre Abaaoud e a célula jihadista de Verviers (cidade de 56.000 habitantes perto da tríplice fronteira com Alemanha e Holanda) teria sido feito por intermédio do irmão de um dos suspeitos abatidos, detento no presídio de Lentin (35 quilômetros a noroeste de Verviers). Vários telefonemas entre os dois, interceptados pelos serviços de inteligência belgas, acenderam o alerta para sua potencial periculosidade. A interceptação das chamadas permitiu à polícia reunir informação suficiente para antecipar a ação terrorista e concluir que Abdelhamid Abaaoud assumia toda a responsabilidade “operativa e financeira”.

Além dos 13 detidos na quinta-feira em vários pontos da Bélgica (nove deles na capital, Bruxelas), dois suspeitos do grupo desmantelado em Verviers foram presos pela polícia francesa a pedido de seus homólogos belgas quando tentavam chegar à Itália. Segundo a Promotoria, que apresentou acusações contra cinco dos detidos, a célula terrorista preparava um atentando “iminente” contra a polícia do país.

Exército vigiará Bruxelas e Antuérpia

O alarme terrorista disparado na Bélgica após os atentados de Paris e ampliado pela operação antijihadista de Verviers levará o Exército às ruas das duas principais cidades do país: Bruxelas e Antuérpia. Depois de elevar o nível de alerta de dois para três em uma escala de quatro, o Governo liberal mobilizará até 300 efetivos para redobrar a segurança em potenciais alvos dos terroristas (a sede da OTAN, edifícios das instituições europeias, as embaixadas dos Estados Unidos e Israel e portos, aeroportos e estações de trem). “Não é uma decisão simples, mas era necessária. A polícia está saturada e o exército terá um papel de apoio”, anunciou no sábado o ministro da Defesa, Steven Vandeput.

O Executivo belga aprovou na sexta-feira um pacote de medidas antiterror – que ainda precisa da aprovação do Parlamento federal – entre elas a criminalização das viagens efetuadas “com fins terroristas”, a retirada da nacionalidade em casos de radicalização comprovada e o cancelamento da carteira de identidade dos suspeitos para evitar sua saída para países vizinhos de zonas de conflito, como a Turquia. Também na sexta-feira, Michel pediu que a cúpula informal dos Vinte e oito prevista para fevereiro adquira um caráter “formal”, para que os chefes de Estado e de Governo da UE possam avançar na adoção de medidas contra o jihadismo.

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