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Tragédia aérea

Indonésia diz que avião que sumiu pode estar no “fundo do mar”

Ainda não foi encontrada nenhuma evidência de destroços ou das 162 pessoas a bordo

Um funcionário aponta no mapa o provável local do acidente.
Um funcionário aponta no mapa o provável local do acidente.AFP (J. K.)

As autoridades indonésias informaram na segunda-feira que é provável que o voo QZ8501 da empresa malásia AirAsia, desaparecido neste domingo, esteja “no fundo do mar”, de acordo com o cálculo do lugar de onde ele poderia ter caído, como indicou na entrevista coletiva o chefe da equipe de resgate, Bambang Soelistyo. O primeiro almirante indonésio, Sigit Setiayana, disse à agência AP que a visibilidade era boa, por isso “se Deus quiser, vamos encontrá-lo em breve.” Até o momento não foram localizados nem destroços nem indícios das 162 pessoas a bordo, a maioria de nacionalidade indonésia (155).

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Equipes de até cinco países retomaram, no início da manhã desta segunda-feira, as buscas pelo avião, concentrando-se em águas perto da ilha de Belitungv, na área onde foi perdido o contato às 7h24 hora local (10h24 horário de Brasília) do domingo, cerca de 45 minutos após a decolagem. As equipes de resgate vasculham as águas próximas com sistema de busca por sonar capaz de localizar um avião afundado em profundidades de entre 1.000 e 2.000 metros. A área onde o avião é buscado no mar de Java é rasa, cerca de 46 metros, explicou Bambang, que estava otimista de logo encontrar vestígios, se o avião realmente caiu e afundou no mar. O vice-presidente da Indonésia, Jusuf Kalla, disse que “o governo indonésio ordenou que a Agência Nacional de Busca e Resgate (Basarnas), a Força Aérea, a Marinha e o Exército, bem como as autoridades locais, mobilizassem até o último recurso e material para procurar este avião, por mar e terra.”

Se a aeronave estiver no fundo do mar, a Indonésia admitiu que não tem os recursos e as ferramentas necessárias para recuperá-la, por isso as autoridades já entraram em contato com outros países: “por causa da falta de tecnologia, coordenamos com o ministro de Assuntos Exteriores para pedir ajuda de outras nações que se ofereceram, como o Reino Unido, a França e os EUA”, disse Bambang.

No avião viajavam 155 passageiros, incluindo 16 crianças e um bebê, além dos dois pilotos e cinco membros da tripulação – quatro aeromoças e um engenheiro. A maioria dos desaparecidos são cidadãos indonésios (155), mas também há três sul-coreanos, um malaio, um francês, um britânico e um cidadão de Singapura, segundo a AirAsia. O piloto e o copiloto tinham 6.100 e 2.275 horas de voo, respectivamente. O avião passou com sucesso por sua última revisão no dia 16 de novembro.

A Indonésia enviou nesta segunda-feira 12 barcos da Marinha, cinco aeronaves, três helicópteros e vários navios de guerra para pesquisar a área. Singapura contribui com quatro aviões e quatro navios e a Malásia também colabora com três aeronaves e vários barcos. A Austrália e a Coreia do Sul, com um avião cada um, também estão ajudando a vasculhar a área de cerca de 124.000 quilômetros quadrados, onde se acredita que o avião caiu.

Por outro lado, o CEO da AirAsia, Tony Fernandez, pediu hoje que não se especulasse sobre o evento, embora tenha admitido que as condições meteorológicas “não eram boas”. “No momento não temos nenhuma ideia do que deu errado”, disse o executivo do aeroporto de Surabaya, onde aguarda a maioria dos familiares e amigos dos 162 ocupantes do avião à espera de respostas. O ano de 2014 foi desastroso para as companhias aéreas da Malásia. O acidente de domingo ocorre dez meses após a desaparição do voo MH370 da Malaysia Airlines quando fazia a rota entre Kuala Lumpur e Pequim, com 239 pessoas a bordo.

Quatro meses depois, o voo MH17 que cobria a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur da mesma empresa foi abatido supostamente por um míssil enquanto voava sobre a Ucrânia em uma área controlada pelos rebeldes pró-russos. Todas as 298 pessoas a bordo morreram no incidente.

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