Estados Unidos abolem a proibição de que os gays doem sangue
A decisão muda uma política mantida durante três décadas Os gays poderão fazer a doação um ano após o último contato sexual
A Agência Estatal de Medicamentos (FDA) dos EUA anunciou na terça-feira sua intenção de recomendar o fim da proibição que durante décadas impediu a doação de sangue por homens que mantivessem relações homossexuais.
A partir de 2015, quando a mudança começará a ser implementada, esse grupo de homens poderá doar sangue um ano depois do último contato sexual. A decisão “ajusta-se melhor ao período de adiamento recomendado em casos de outros homens e mulheres que têm um risco maior de contrair HIV”, disse a FDA.
Segundo dados do Instituto Williams (Universidade de Califórnia), esta mudança de política abre a porta para até 4,2 milhões de potenciais novos doadores de sangue.
A agência, que tomou a decisão após dois dias de reunião com um painel de especialistas, sublinhou que a mudança de política acontece depois de uma “cuidadosa” revisão das provas científicas sobre a matéria. Ao mesmo tempo, será acionado um “sistema nacional de supervisão de sangue” que permitirá à FDA monitorar os efeitos da mudança de política e garantir a segurança das transfusões.
A decisão muda uma política mantida durante mais de três décadas. A FDA proibiu que os homens que mantiveram relações homossexuais doassem sangue em 1983, quando a Aids começava a ser considerada uma epidemia nos Estados Unidos e foi comprovado cientificamente o risco de contágio nas transfusões de sangue.
Segundo a agência estatal, a mudança na política de doação de sangue ocorreu de forma gradual, como resultado de novos dados e também do aprimoramento das técnicas que permitem detectar com mais precisão o vírus do HIV no sangue de potenciais doadores.
A nova decisão ajusta-se aos padrões de países europeus e segue também as recomendações de cientistas dos Estados Unidos. No ano passado, a Associação Médica Americana já votou contra a proibição permanente de doação sangue imposta aos gays, considerando-a “discriminatória e não apoiada em dados científicos sólidos”. Também a Associação de Bancos de Sangue dos Estados Unidos e os hemocentros do país, entre outros, recomendaram a mudança de política nos últimos meses, segundo a Web FiveThirtyEight.
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