Os presidenciáveis se enfrentam no primeiro debate eleitoral
O encontro reúne sete candidatos e vive a expectativa do embate com Marina Silva, que assumiu a cabeça da chapa depois da morte de Eduardo Campos
Com a presença de sete candidatos à presidência de República, incluindo a presidenta Dilma Rousseff, candidata a reeleição pelo PT, Marina Silva, candidata do PSB, e Aécio Neves, do PSDB, a rede Bandeirantes realiza nesta terça o primeiro debate da corrida eleitoral para o pleito de 5 de outubro. O encontro, que estava marcado inicialmente para o dia 21, foi adiado depois da morte do candidato Eduardo Campos, no último dia 13. O encontro acontece horas depois da divulgação da pesquisa realizada pelo instituto Ibope, que mostrou uma alta da candidata do PSB, chegando a 29%, ultrapassando Neves, que fica com 19%, e se aproximando de Rousseff, que tem 34%.
Os demais candidatos são: Pastor Everaldo, do Partido Social Cristão (PSC), Luciana Genro, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Levy Fidelis, do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), e Eduardo Jorge, do Partido Verde (PV). Veja a seguir os principais pontos que estão sendo debatidos neste momento.
Primeiro Bloco - Segurança Pública
O primeiro bloco do debate se concentrou na resposta de todos os candidatos à pergunta do mediador, Ricardo Boechat, sobre a proposta para segurança de cada candidato.
O Pastor Everaldo, do PSC, foi o primeiro a falar e propôs a criação de um Ministério da Segurança Pública, para inverter a lógica de "bandido solto na rua e o cidadão de bem preso em casa".
Luciana Genro, do PSOL aproveitou a primeira questão para se apresentar e criticar os outros candidatos. Disse que investiría na segurança, nos policiais e nos direitos humanos.
Marina pediu mais recursos públicos para a segurança pública, mantendo o respeito aos direitos humanos.
Aécio enalteceu a inibição da violência no estado de Minas Gerais, "o estado que mais investe em segurança do país". Propôs a reforma do código penal para minimizar a sensação de impunidade.
Dilma lembrou que segurança é uma questão estadual, um conceito que precisa ser mudado. Ela comentou a atuação das forças de segurança durante a Copa, mencionando a coordenação das polícias federal, estadual e municipal durante o evento, e a de fronteira e, o resultado, apreensão de drogas e armas.
Levy Fidelix propôs a redução da maioridade penal, e pediu ajuda do Governo federal aos estados.
O médico Eduardo Jorge, do Partido Verde, disse que "o Brasil perde um Vietnã por ano", pede a reforma da polícia, unificação dos corpos de segurança. "A medida que teria mais impacto na criminalidade seria a legalização das drogas."
Segundo bloco - pergunta entre candidatos
Marina pergunta à Dilma: "Quando tivemos as manifestações em junho, você apresentou uma série de pactos para atender as reivindicações da população. O pacto pela educação, mobilidade, controle da inflação. Nada disso funcionou. O que deu errado?"
Dilma: "Eu considero que tudo deu certo. Os cinco pactos, o primeiro da educação, nos comprometemos a destinar 75% dos royalties e do fundo do pré-sal para a educação. Também dissemos que faríamos o Mais Médicos, colocamos mais de 14.000 médicos para atender 50 milhões de pessoas que não tinham médicos. Tivemos o compromisso da estabilidade econômica, a inflação está sistematicamente sendo reduzida. Também fizemos um compromisso com a reforma política, que não foi aprovada pelo Congresso. A reforma política vai exigir um plebiscito".
Réplica de Marina: "Reconhecer que os problemas existem. Quando não se reconhece não se passa a ideia para a população de que eles serão enfrentados. A gente continua parado no meio do trânsito, as pessoas vivem um descrédito da política, vivemos uma situação de penúria na saúde, educação e segurança".
Dilma: "A reforma política é central e propomos o plebiscito. A reforma política vai ser uma questão da população se engajar, só a força do povo brasileiro vai conseguir exigir uma gestão mais transparente".
Dilma pergunta a Aécio: "O Brasil tem hoje as menores taxas de desemprego de hoje. Quando FHC era presidente, o desemprego era mais que o dobro. O senhor disse que tomaria medidas impopulares, quais outras além do salário mínimo?"
Aécio respondeu a Dilma que quem fala sempre olhando pra trás tem receio de debater o presente. "Nós estamos preparados para fazer o Brasil voltar a crescer e gerar empregos da melhor qualidade. Um milhão de empregos de até dois salários mínimos desapareceram, a indústria está sucateada. O mês de julho foi o pior mês de geração de emprego. O Brasil é um país que não cresce e não gera empregos. Seu governo perdeu a capacidade de inspirar confiança e credibilidade. O governo do PT se valeu muito das medidas feitas pelo governo de Fernando Henrique".
Dilma disse a Aécio que a verdade é que o governo do PSDB quebrou o país três vezes. "[O PSDB] propôs que não se desse aumentos salariais, o que gerou uma recessão no período. Estou gerando 5,5 milhões empregos. Os números não podem ser enganosos e o fato é que o governo do PSDB cortou os salários e deu tarifaços".
Na réplica, Neves disse que se não tivesse havido a estabilidade da moeda no governo do FHC, com a lei da responsabilidade fiscal, o país não teria avançado. E disse que o Bolsa Família veio do governo do PSDB.
Pastor Everaldo questiona a presidenta Dilma: "O seu governo favorece a ditadura cubana e mandou dinheiro do trabalhador para Cuba [com o porto de Muriel]".
Dilma respondeu que o Brasil assume a responsabilidade de ser a maior potência regional na América Latina. “É muito mais positivo financiar atividades de empresas brasileiras abrindo portos lá em Cuba, que serão geridos por empresas internacionais”. A presidenta aproveitou para dizer que o país tem uma relação muito produtiva com o bloco dos BRICS. “Isso permitiu que nós criássemos um banco de investimento de 100 bilhões de dólares para permitir investimentos em infraestrutura nos países em desenvolvimento”.
Na réplica, o candidato do PSC disse que, com ele como presidente, o dinheiro do trabalhador brasileiro vai ficar no Brasil. “Os portos de Paranaguá e de Santos não têm como escoar, não têm estrutura para escoar a produção e contribuir para resultados positivos na balança comercial brasileira”.
Dilma, por sua vez, disse que quando se financia uma empresa brasileira no exterior, se estimula empregos aqui. “Todo fornecimento de bens e serviços lá fora é condicionado a fornecimento de bens e serviços aqui dentro. Os salários que essas empresas recebem garante um salário para o trabalhador brasileiro que ele nunca teve”.
O candidato do PV, Eduardo Jorge, perguntou ao candidato Neves. "Você concorda que 800.000 mulheres brasileiras sejam consideradas criminosas por praticar aborto?"
Aécio respondeu que em relação ao aborto, a legislação atual deve ser mantida. “Eu defendo que haja mais informação e educação, sobretudo para as adolescentes de baixa renda, e que não têm acesso a medidas preventivas que existem hoje”.
Jorge disse na réplica que a legislação é cruel pois ela coloca as mulheres a sua própria sorte, levando mulheres a clínicas clandestinas, e correndo risco de morte. “O Brasil vai ser um dos últimos países no hemisfério ocidental que vai excluir essa lei”, questionou.
Neves, por sua vez, disse que os recursos de saúde pública vêm diminuindo. “Saímos de 54% de investimentos para hoje algo como 45%. Os que menos têm são os que mais têm que participar do financiamento, que são as prefeituras. Para melhorar o atendimento é necessário equilibrar os orçamentos”, completou.
Na sequência, Neves pergunta a Marina por qual razão cita José Serra, candidato a senador pelo PSDB, como um potencial aliado no seu governo, se ela não o apoiou no segundo turno da eleição em 2010, quando ele rivalizou com a presidenta Rousseff. “A nova política não precisaria ter uma boa dose de coerência?”
Marina respondeu que se sentia inteiramente coerente. “Combater a velha polarização que é um verdadeiro atraso para o nosso país”, afirmou. “E quando eu digo que quero governar com boas pessoas, de ambos os partidos, Pedro Simon [PMDB] e Eduardo Suplicy [PT], que estão no banco de reservas. O PT tem dificuldade de corrigir os erros, me sinto coerente com a renovação da política e com o meu compromisso de mudar a realidade brasileira.
Aécio questionou o que significa essa nova política.
O problema do Brasil não é combater as elites, é a falta dela Marina Silva, candidata do PSB
Marina respondeu que acredita na política que praticou durante 16 anos no Congresso. “Quando foi a votação da CPMF, ainda que meu partido fosse contra, eu votei favorável mesmo sendo a proposta do seu partido, o PSDB”, afirmou. Ela lembrou ainda o Tratado de Kioto, quando teve a mesma postura. “Agora, não é a mesma postura que você e o PT mantêm, que desune o Brasil”, provocou.
Levi Fidelix pergunta a Marina se vai fazer um governo focado na agropecuária e questiona sua proximidade com o presidente da Natura, Guilherme Leal, e a herdeira do Itaú, Neca Setubal.
Marina responde que não tem preconceito sobre a condição social das pessoas e que quer combater essa visão de apartar o Brasil com essa ideia que “temos que combater as elites”. “O problema do Brasil não é combater as elites, é a falta dela. A meta é fazer parte da elite. Também Chico Mendes fazia parte da elite. Essa visão tacanha, de ficar combatendo as pessoas com rótulos é o que temos que combater”, afirmou. A ambientalista disse que pretende governar dessa forma, unindo o Brasil, com pessoas de bem de todos os setores.
Fidelix lembrou que o Itaú deve bilhões ao Fisco. “E a senhora está com essas pessoas? e o setor da agropecuária, a senhora tem tanto contra esse setor, como vai governar com tantas contradições?
Marina respondeu que os interesses privados devem ser respondidos pelas pessoas que têm os interesses em questão. “Em relação ao agronegócio não é verdade que tenho essa atitude. O agronegócio é importante para nossa balança comercial e para gerar emprego. O que proponho é que de desenvolva com sustentabilidade.”
Luciana Genro questiona o candidato Pastor Everaldo, lembrando-o que era da base do governo quando o Governo Dilma suspendeu o material didático contra homofobia. “O senhor não se sente responsável pelas mortes pelos preconceitos?
Everaldo respondeu que não tem preconceito, e que nunca foi responsável por morte nenhuma. “Tenho muita honra de ser chamado de pastor. Hoje no Brasil, segundo ele, faltam 300.000 professores de matemática, mais de 200.000 professores de português no ensino básico. “Nunca fui discriminado nem nunca discriminei ninguém”.
Luciana respondeu que a homofobia e a transfobia mata e que a falta de educação nas escolas potencializa isso.
Terceiro Bloco. Perguntas dos jornalistas
A gestão publica não precisa ser ineficiente por ser pública. Desde que você tenha pessoas qualificadas Aécio Neves, candidato do PSDB
O jornalista Boris Casoy pergunta a Dilma e pede comentários de Aécio: a economia brasileira vive um momento de inflação alta e crescimento baixo, mas aos pouquinhos ela baixou. "Se reeleita a senhora vai manter ou mudar a política econômica?".
Dilma diz acreditar que o Brasil enfrenta hoje uma das mais graves crises internacionais. “Nós recusamos as velhas receitas: o trabalhador pagava a conta, aumentávamos tarifas e impostos. Ao mesmo tempo que mantivemos o nível de emprego, criamos cinco milhões de empregos, nós mantivemos a inflação sob controle. Ela está na mesma situação que nos últimos nove anos”, argumentou. E reforçou a ideia de que está criando condições para um novo ciclo de crescimento. “O futuro é esse: investir em infraestrutura. E um investimento pesado em educação."
Aécio Neves replicou que o Brasil real é diferente do Brasil virtual. “O sonho das pessoas é morar na propaganda do PT sem inflação com emprego. Você vai na feira hoje, compra as mesmas coisas que comprava há seis meses? Se a resposta for negativa, precisamos de uma nova forma de governo."
Rousseff devolveu que ele desconhecia que há uma grave crise internacional. “Não combatemos [a crise] com os métodos que vocês usaram. Tem ou não tem mais emprego hoje? Pode ou não ter uma comparação com 12 anos atrás?”
A pergunta vem de José Paulo Andrade para Marina e pede comentário a Dilma. "A senhora vai manter 40 ministérios?"
Marina responde que é preciso uma divisão estratégica. “Para ser presidente da República tem que ser gerente hoje”, observou. “O presidente Lula não foi um gerente, teve visão estratégica de reduzir a pobreza com inclusão social. FHC apostou na estabilidade econômica. Temos uma realidade que o país será entregue em condições piores, pela presidenta que se considerava gerente, com a saúde que tem dificuldade para funcionar, a educação que não tem a qualidade necessária. O estado é refém de um toma-lá-da-cá que é um problema da velha política. O Estado tem que funcionar em benefício da sociedade brasileira e diminuiremos os ministérios sem perder os estratégicos para o país."
Dilma pergunta quais ministérios serão fechados. E argumenta que um presidente da República que tem que lidar com os problemas. “Ele terá que fazer gestão, tomar posições. o presidente não é apenas uma representação, ele tem que agir, resolver problemas de educação, saúde, segurança, estradas, ferrovias, aeroportos”.
Marina devolveu que ele precisa ter legitimidade e que ele é capaz de lidar com interesses quando se tem capacidade de diálogo. “A sociedade não sabe o que fazem os ministérios”.
Luciana Genro defendeu a demarcação imediata das terras. A solução do conflito que existe entre indígenas e agricultores “deve ser feita de forma pacífica e mudar o modelo do Brasil"
O jornalista Fabio Pannunzio perguntou quantos cargos serão de livre nomeação no governo de Aécio e de Marina.
Aécio respondeu que tem como referência a gestão de Minas Gerais, Estado que avalia o desempenho dos funcionários públicos. “Reduzi um terço das secretarias e estabelecemos uma prioridade: a educação, qualificamos os professores, estabelecemos metas para todos eles. E houve um maior número de parcerias público e privadas. A gestão publica não precisa ser ineficiente por ser pública. Desde que você tenha pessoas qualificadas, metas estabelecidas, você salva vidas melhorando os números, os índices de criminalidade e a educação."
Marina comentou que quando foi ministra do Meio Ambiente, encontrou um ministério que não cumpria suas funções. E que Neves trazia Minas Gerais sem o Vale do Jequitinhonha, que é a região mais pobre do Estado.
Neves disse que o “nosso Nordeste dá muito orgulho”. E disse que os professores ganham mal no Brasil inteiro, mas em Minas foram criadas metas de avaliação e “remuneramos com 14 salários quem alcança essas metas. Quem mais alcança são as partes mais pobres do Estado.”
Luciana defendeu a demarcação imediata das terras. A solução do conflito que existe entre indígenas e agricultores “deve ser feita de forma pacífica e mudar o modelo do Brasil". “No Brasil temos muitas terras nas mãos de poucos. Reforma agrária, segundo ela, é ótima para baixar a inflação. “Porque Dilma está fazendo isso [controlar a inflação] subindo as taxas de juros, e isso beneficia o setor financeiro. Os bancos estão aumentando os lucros por conta da política econômica da Dilma."
A presidenta respondeu que existem hoje no Brasil 462 terras indígenas. Essas terras foram regularizadas: 2,2% do território nacional demarcado. “As áreas de demarcação são áreas de conflito. São áreas que existem indígenas e pequenos e médios agricultores. O conflito deve ser resolvido para preservar as duas partes." "O Brasil paga os menores juros de sua história", afirmou Dilma.
Luciana defendeu o imposto sobre as grandes fortunas e completou: “É preciso dar terras aos índios sem prejudicar o pequeno agricultor”, afirmou.
O jornalista Boris Casoy pergunta ao pastor Everaldo, e pede comentários de Marina se no caso dele ser eleito ele vai propor o fim ou manter o fator previdenciário.
O pastor Everaldo diz que se é eleito presidente fará uma reforma na Previdência Social para que os aposentados recuperem sua aposentadoria. “Aquele que lutou a vida toda, na hora que vai se aposentar, quando mais precisa e as necessidades aumentam, seus recursos diminuem. É preciso incentivar para que a livre iniciativa possa ter seus planos de previdência privada.”
Marina diz que a responsabilidade de um país com seu povo se mede pela forma com que ele cuida das suas crianças e seus idosos. “Temos uma realidade em que uma boa parte dos jovens e adolescentes não têm a educação que merecem. Temos 18% dos jovens que são analfabetos funcionais. E nossos idosos têm sua aposentadoria corroída.”
Everaldo defende a redução do Estado ao mínimo necessário. “Passaremos as empresas com foco de corrupção para a iniciativa privada. O dinheiro que sai pelo ralo da corrupção vão servir para cobrir as necessidades brasileiras.”
Pergunta ao candidato do PV, Eduardo Jorge, com comentário de Aécio. “Na campanha dos senhores têm responsabilidade sobre o dinheiro? Ou vão colocar a culpa no tesoureiro?”.
Eduardo Jorge diz que é responsável pela campanha. “Mandei uma carta ao TSE quando começou a campanha dizendo que nós não receberíamos doações de pessoas jurídicas. Apenas de pessoas físicas. Espero gastar o menos possível. Aquele candidato que fez uma campanha milionária vai pensar em quem financiou a campanha dele e não no povo.”
Aécio Neves comentou que já disputou algumas eleições e todas elas aprovadas pelo TRE no seu meu Estado. "Eu posso externar uma posição, que nem no meu partido é consenso. Defendo o fim da reeleição e mandato de cinco anos para todos os cargos."
Quarto Bloco. Perguntas de candidato a candidato
Levy pergunta a Aécio sobre a mobilidade urbana e comentou sobre as manifestações de junho, motivadas pelo aumento no valor da passagem. Aécio reforçou as necessidades das parcerias, segundo ele, "demonizadas" pelo atual Governo. E disse que "não há ativo mais valioso que o tempo". Afirma que priorizará os estados, não os interesses específicos. E que não prometerá trem-bala, mas sim usar o recurso do mesmo para outros tipos de transporte nas grandes cidades.
Levy questiona o posicionamento do candidato tucano e alega que é necessário resgatar os trens, considerando que o Brasil tinha uma malha ferroviária há algumas décadas. Aécio concordou com a opinião do candidato Levy e disse que o problema são as prioridades. "Das 253 obras de mobilidade do PAC, apenas 28 foram entregues" e que as obras inacabadas são um "desperdício do dinheiro público".
Aécio pergunta à Dilma se não é hora de a presidenta pedir desculpas pela gestão temerária da Petrobras, "uma empresa que nos últimos sete anos perdeu metade de seu valor de mercado", disse. Dilma argumenta que o candidato peesedebista desconhece a empresa, que é "a maior empresa da América Latina, que passou de valer 15 bilhões de dólares para 110 bilhões". Agregou que o pré-sal, que seus oponentes disseram que era "inventado" está produzindo 540.000 barris por dia e "em 2018, serão 3,8 milhões de barris por dia", o que tornaria o país um exportador. Aécio rebate os números com as denúncias da Polícia Federal, e provoca: "um colega seu está preso hoje" [em referência a Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da estatal]. Dilma respondeu dizendo que o PT nunca escondeu "crimes de corrupção embaixo do tapete" e nem transformou "um procurador em um engavetador da República"
Eduardo questiona a candidata Marina sobre qual seria a sua proposta para a reforma tributária. Marina responde que a política, além da tributária, é necessária para viabilizar outras reformas. Depois que os candidatos chegam ao governo, disse, "fazem apenas a reforma do compromisso". "As pessoas querem ver esses tributos retornando em educação, saúde, um estado eficiente". "Não podemos ter uma situação onde os que têm menos pagam mais". Eduardo insistiu em que Marina comentasse ideias concretas, sobre auditoria da dívida, por exemplo. Ela disse que a reforma começou nos debates, defendendo juros baixos, controle da inflação para que o Brasil volte a crescer econômica e socialmente. "A reforma começa nos candidatos que as pessoas escolheram".
Luciana pergunta à Marina sobre o aumento das tarifas públicas para segurar a inflação. Isso foi uma contribuição do PSDB, disse Marina, e o compromisso é de não perder essa conquista. "Reconhecemos as políticas sociais que foram uma conquista do Governo do presidente Lula. São um direito", afirmou. Luciana retoma a ideia de fazer uma nova política, defendida por Marina, dizendo que para isso é preciso enfrentar os banqueiros, o capital financeiro, e que o PSB apenas repetiria a política do PSDB. Concluiu dizendo que os três candidatos [melhor colocados nas pesquisas], Dilma, Aécio e Marina, são muito parecidos. Marina discordou, garantiu que respeitará os ganhos das políticas econômicas dos outros governos e que seus desafios serão outros, como o de fornecer a educação integral e o de garantir 10% do orçamento para a saúde.
Dilma pergunta ao Pastor Everaldo: Quais fontes de energia você defende para garantir o crescimento do Brasil? O candidato do PSC respondeu que é necessário "usar todo potencial de águas do país" e "energia limpa também". E diz que isso só será possível quando houver o "livre mercado, a livre concorrência, a iniciativa privada para esse setor que está engessado com preços congelados". Dilma menciona as fontes alternativas, como a energia eólica, setor onde o Brasil se coloca como o segundo no mundo. Everaldo respondeu que "foram construídas as torres, mas não as linhas de transmissão". Dilma listou os méritos de sua gestão, como a desoneração da cesta básica e da folha de pagamento das empresas. E respondeu ao pastor, afirmando que ampliou em 23.000 quilômetros as linhas de transmissão. E, sobre a reforma tributária, disse que dependia do parlamento. Everaldo insistiu em sua proposta de que quem ganha até 5.000 reais não deve pagar imposto.
Marina pergunta ao Pastor Everaldo sobre o Estado Mínimo e seu papel no desenvolvimento do Brasil. O candidato disse que cortará os ministérios para 20 ao invés dos 39 atuais, que passará as empresas corruptas para a iniciativa privada e que enxugará o estado para que sirva à população. Marina defendeu o "Estado Mobilizador", do empreendedorismo social, para ter eficiência no "atendimento das necessidades da população". Everaldo disse que defende o livre mercado e a livre concorrência.
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