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Um veterano do Holocausto devolve uma medalha a Israel pela ofensiva em Gaza

Zanoli foi declarado "Justo entre as Nações" por salvar um menino judeu em 1943

Protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, hoje em Londres.
Protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, hoje em Londres.IAN KINGTON (AFP)

Um holandês de 91 anos devolveu a Israel o título honorífico que recebeu depois de salvar um menino judeu durante a ocupação nazista em sinal de protesto pela ofensiva em Gaza, depois da morte de seis membros de sua família durante um bombardeio israelense sobre a Faixa, no mês passado.

O homem, Henk Zanoli, foi declarado "Justo entre as Nações" depois salvar, em 1943, o menino judeu Elhanan Pinto, cujos pais haviam morrido em um campo de concentração. Zanoli escondeu o menino em sua casa até libertação da Holanda.

A família de Zanoli correu um risco importante ao esconder o menino. Os Zanoli haviam expressado em várias ocasiões sua oposição à ocupação. O pai de Henk foi enviado ao campo de extermínio de Dachau e morreu no campo de Mathausen.

O bombardeio israelense do dia 20 de julho acabou com as vidas da família do marido da sobrinha-neta de Zanoli, a diplomata holandesa Angelique Eijpe, casada com o economista Ismail Ziadah. Os projéteis mataram a matriarca da família Ziadah, Miftiya, de 70 anos, três de seus filhos, Jamil, Omar e Youssef, e a esposa e o filho de Jamil, Bayan e Shaaban, de 12 anos.

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Depois receber a notícia do bombardeio, Zanoli devolveu o título que recebeu, assim como sua mãe – esta a título póstumo –, com uma carta ao embaixador de Israel na Holanda, Haim Davon, na qual descreve os esforços realizados por sua família para salvar o menino. "Tendo em conta este passado, é particularmente trágico que hoje, quatro gerações depois, nossa família enfrente a morte de seus entes queridos em Gaza", escreveu.

"Para mim, conservar esse título seria um insulto à memória de minha valente mãe, que arriscou sua vida e a de seus filhos lutando contra a opressão e pela preservação da vida humana", afirmou Zanoli.

O Exército israelense não se pronunciou, segundo explica o jornal Haaretz, sobre se o bombardeio foi acidental ou intencional e se limitou a responder que as Forças de Defesa tentam evitar as baixas civis a todo custo. O Exército acrescentou que todos os incidentes irregulares estão sob investigação.

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