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O ETA anuncia o início do fechamento e demolição de esconderijos de armas

O Governo basco e os partidos acreditam que é apenas uma “manobra de propaganda”

Luis R. Aizpeolea

O grupo terrorista basco ETA anunciou este sábado em um comunicado entregue ao jornal Gara que "desmantelou" as "estruturas que eram produto da luta armada" para realizar "a passagem do ciclo de confronto armado ao confronto democrático".

Esse aviso foi dado três dias depois de que o mediador internacional Jonathan Powell, ex-chefe de gabinete de Tony Blair, informasse ao governo basco e aos partidos bascos que o ETA havia paralisado o processo de desarmamento.

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À espera de conhecer mais detalhes, o comunicado surpreendeu o Governo basco e a maioria dos partidos dessa comunidade, que temem encontrar-se frente a uma "manobra de propaganda" do ETA para neutralizar as reações críticas suscitadas contra o grupo terrorista e a esquerda abertzale. Powell havia afirmado ao governo basco e aos partidos com os quais se reuniu que o ETA não continuaria com o processo de desarmamento enquanto o governo espanhol ou o francês não se envolvesse no processo.

O ETA, depois do fiasco do desarmamento que protagonizou na presença de representantes do comitê de verificação internacional em Toulouse (França), se comprometeu em fevereiro último, em um comunicado publicado 48 horas depois, que iria iniciar "o fechamento e desmantelamento" de seu armamento através de um processo "unilateral e total de desarmamento". O objetivo final deste processo seria ceder o protagonismo político à esquerda abertzale.

O conteúdo divulgado coincide em linhas gerais com o anunciado em fevereiro. Por isso, tanto o Executivo quanto os partidos que se reuniram na última quarta-feira com o mediador internacional desconfiam das intenções do ETA. "Esperamos fatos e não palavras", afirmam fontes nacionalistas e socialistas.

Da mesma forma, um porta-voz da comissão internacional de verificação do desarmamento do grupo, coordenada por Ram Manikalingam, manifestou recentemente que "não há novidades no processo de desarmamento do ETA".

O Ministério informa que não possui notícias de que o ETA tenha desmantelado nada, por isso afirma que o comunicado "não contém nenhuma novidade". Segundo fontes do departamento dirigido por Jorge Fernández Díaz, esse manterá sua atual política de "firmeza" e "nenhuma concessão" ao grupo terrorista.

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