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Bachelet anuncia um plano de mais de 60 bilhões de reais para infraestrutura

A presidenta do Chile promete modernizar a rede viária com investimentos do exterior

Rocío Montes
A presidenta chilena, Michelle Bachelet, em Washington na terça-feira passada.
A presidenta chilena, Michelle Bachelet, em Washington na terça-feira passada.M. REYNOLDS (EFE)

A presidenta Michelle Bachelet decidiu combater a desigualdade no Chile em todas as frentes e nos primeiros quatro meses de seu segundo Governo, que começou em 11 de março deste ano, a socialista se encarregou de colocar as bases das políticas que a permitirão superar a desigualdade. Esta semana foi a vez das obras públicas: a mandatária anunciou um ambicioso plano de construção de infraestrutura no valor de 61,59 bilhões de reais até 2021.

“O Chile iniciou um caminho de transformações para terminar com a desigualdade em todas suas dimensões e crescer em um bom ritmo, mas desta vez, com sustentabilidade e inclusão. Para isto, a infraestrutura é fundamental porque é a expressão material da pátria que vamos construindo juntos, entendendo que é uma responsabilidade compartilhada”, assinalou Bachelet na quinta passa no aeroporto de Santiago, cujas instalações visitou.

A presidenta explicou que o projeto Infraestrutura, Desenvolvimento e Inclusão do Ministério de Obras Públicas (MOP) terá a responsabilidade dos desafios pendentes tanto a curto como a longo prazo: “Estamos pensando no horizonte do ano 2030, data na qual aspiramos chegar a uma renda de 30.000 dólares (66.410 reais) per capita”. O Governo estima que a competitividade e o desenvolvimento equitativo foram limitados pela infraestrutura e o baixo nível de investimento nos últimos oito anos – Bachelet governou entre 2006 e 2010 – e busca reverter este cenário através de dinheiro público e privado.

O Chile investe 2,5% de seu Produto Interno Bruto em infraestrutura e bens públicos (por volta de 15,04 bilhões de reais por ano). O Executivo calcula que, para conseguir chegar a um nível próximo ao dos países desenvolvidos, é necessário um investimento de 3,5% do PIB nos próximos oito anos, e com este plano se conseguiria os 61,59 bilhões de reais adicionais.

O Chile investe ao redor de 2,5% de seu Produto Interno Bruto em infraestruturas e bens públicos

O plano contempla duas áreas de investimento. A primeira será realizada entre 2014 e 2021, com investimentos chegando a 40 bilhões de reais e engloba uma série de obras públicas em regiões do norte e do sul do Chile, como a pavimentação de caminhos rurais, a construção de grandes e pequenas represas e o Plano de Conectividade Austral, entre outras iniciativas.

A segunda terá um investimento de 21,91 bilhões de reais, será executada entre 2014 e 2020, e focará em melhorar a infraestrutura viária tanto em Santiago quanto no resto do país. A maioria ainda não foi licitada.

Dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Chile é o que tem mais cidades segregadas. Dos cerca de 90.000 quilômetros que compõem a rede de estradas, só 23% está asfaltada, enquanto que no resto dos países da organização esta cifra chega a 79%. Bachelet estima que os desafios são similares aos que tinha o Chile no começo dos anos 90, depois dos 17 anos da ditadura de Augusto Pinochet. Na época, havia um déficit de infraestrutura de 24,11 bilhões de reais e os governos da Concertación, de centro-esquerda, reverteram a situação, quadruplicando o investimento em um prazo de 10 anos. Foram incluídas novas modalidades como a incorporação de capital privado e investidores estrangeiros.

O plano de Bachelet é o sexto programa de concessões que Obras Públicas coloca em marcha desde 1993 e que, depois de 21 anos, já tem um total de 76 contratos que englobam estradas, autoestradas, obras de risco, aeroportos, transporte público, edifícios públicos e hospitais no valor de 41 bilhões de reais.

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