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A Universidade Católica do Chile supera a USP como a melhor da América Latina

O centro de ensino chileno ultrapassa a Universidade de São Paulo no ranking. Apesar de não ocupar o primeiro posto, o Brasil é o país que detém os melhores resultados na lista regional

Juan Diego Quesada
Propaganda da Universidade Católica do Chile.
Propaganda da Universidade Católica do Chile.

A Pontifícia Universidade Católica do Chile ocupa o primeiro lugar no ranking das melhores universidades latino-americanas realizada desde 2004 pela Quacquarelli Symonds, empresa britânica de consultoria, que avalia 400 estabelecimentos de ensino. A instituição chilena ultrapassou a Universidade de São Paulo, líder nos três anos anteriores, e que dessa vez ficou em segundo lugar.

A qualidade de seus artigos científicos e de pesquisa, o impacto de sua website e a proporção positiva de estudantes por faculdade colocaram a Universidade Católica do Chile, com sete campus e mais de 200.000 estudantes, em primeiro lugar. A Universidade de São Paulo mantém, no entanto, as suas boas qualificações pelo alto índice de produtividade nas pesquisas.

O reitor da universidade chilena, Ignacio Sánchez, comemorou o impulso que o reconhecimento de uma instituição local como a melhor da região pode dar ao país: “Creio que esta seja uma grande notícia para o país. É muito importante o efeito que essa liderança pode ter na atração de professores, estudantes, pesquisas e projetos para o nosso país, tanto em nossa universidade como em outras de alta qualidade”. No website da UC, ressaltou que “esse caminho de excelência” deve servir para avançar “na inclusão que o Chile necessita”.

Brasil apresenta os melhores resultados globais. Depois do segundo lugar da Universidade de São Paulo (USP), encontram-se a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em terceiro e quarto lugares, respectivamente. A Universidad de Los Andes Colombia (5) e a Universidad de Chile (6) antecedem as duas instituições mexicanas, o TEC e a UNAM. A Universidade Estadual Paulista (UNESP) ocupa o nono lugar. Entre as 50 primeiras, 17 são brasileiras.

Os elaboradores do ranking destacam o Chile e o Brasil à frente dos demais países. “As universidades do México, da Argentina e da Colômbia destacam-se em áreas específicas, mas atualmente não têm a coerência integral que possuem as principais instituições do Brasil e do Chile”, explicou Bem Sowter, o chefe da pesquisa. Após o estudo, Sowter considera que o alto índice de estudantes por faculdade é um dos grandes males das instituições públicas de pesquisa do continente.

Quanto ao México, a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), uma instituição pública antiga e prestigiada, caiu duas posições para o oitavo lugar e, pela primeira vez, foi superada pelo Tecnológico de Monterrey (TEC), faculdade privada que ocupa o sétimo lugar. Essa escola teve origem no norte do país, mas em dois anos se estendeu para todo o território nacional. O TEC está bastante focado nas práticas profissionais e na criação de alunos com espírito empreendedor. O México é o segundo país latino-americano com mais universidades no ranking (47), superado apenas pelo Brasil (50) e seguido por Argentina (34) e Chile (31).

A Universidade de Buenos Aires (UBA) é a instituição argentina mais bem colocada. Mais exatamente em décimo nono lugar. Caiu sete posições em relação ao ano passado. Para os pesquisadores, ela sofre dos mesmos problemas da mexicana UNAM, uma relação estudante-faculdade relativamente pobre e poucos doutorandos. Depois dela aparecem em vigésimo a Universidade Austral, em vigésimo primeiro a Universidade Nacional de La Plata, seguida pela Pontifícia Universidade Católica da Argentina em vigésimo segundo.

A Quacquarelli Symonds (QS), empresa de consultoria que elabora o ranking, é especializada na área de educação internacional. Leva em conta a reputação acadêmica das instituições, a qualidade dos professores, a relação da faculdade com o estudante e o impacto produzido por suas pesquisas acadêmicas. Também pesam a influência de seus conteúdos na internet, os resultados dos doutorados e o número de artigos publicados por cada membro da entidade. A QS é uma das pioneiras na classificação de universidades.

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