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As inundações causam dezenas de mortes nos Bálcãs

A Sérvia perde cerca de um bilhão de euros nas piores enchentes em cem anos. As autoridades temem que o número de vítimas aumente quando o nível das águas baixar

Luis Doncel
A cidade de Orasje, na Bósnia, nas piores inundações em cem anos.
A cidade de Orasje, na Bósnia, nas piores inundações em cem anos.DADO RUVIC (REUTERS)

As piores inundações sofridas pelas repúblicas da Sérvia, Bósnia, Herzegovina e Croácia em mais de cem anos provocaram cerca de quarenta mortes. As autoridades temem que o número de vítimas aumente à medida que o nível das águas baixar e a contabilidade dos danos for feita. Os prejuízos econômicos serão também importantes: as perdas chegam a cerca de um bilhão de euros apenas na Sérvia, país onde as inundações reduziram em 40% a capacidade de gerar energia.

Os locais mais afetados são Obrenovac (localidade sérvia a 30 quilômetros a sudoeste de Belgrado, onde no domingo foram encontrados 12 corpos) bem como Maglaj e Doboj (ambas na Bósnia), onde milhares de pessoas foram evacuadas de suas casas, segundo informação das emissoras locais e difundidas pela agência Efe. Na vizinha Bósnia-Herzegovina, 1,2 milhão dos menos de quatro milhões de habitantes foram afetados. “A situação é catastrófica”, disse o primeiro-ministro sérvio, Aleksander Vucic, que cancelou uma viagem que tinha para a Áustria.

As chuvas cessaram ao longo do domingo nas zonas mais afetadas (Sérvia central e ocidental e o nordeste da Bósnia), mas o nível do rio Sava continuará subindo em Belgrado, segundo informação da Reuters. Milhares de soldados e voluntários trabalharam durante a noite do sábado para levantar um muro de sacos de areia de cinco quilômetros que protegesse a usina de Kostolac, que fornece 20% das necessidades energéticas da Sérvia. Mas as águas do rio Mlava irromperam na primeira hora na mina de carvão próxima à usina.

Zeljka Cvijanovic, primeira-ministra da Sérvia, comparou as imagens da devastação com as da guerra que o país sofreu entre 1992 e 1995. “O dano é de tal calibre que não lembro de nada parecido depois da guerra”, disse. “Subi meus filhos nas minhas costas e depois esperei 12 horas até que nos resgatassem”, explicou à Reuters Dragan Todorovic, um cidadão de Obrenovac que passou a noite do sábado em um centro esportivo de Belgrado com dezenas de famílias que também tiveram que abandonar suas casas.

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