Putin chega à Crimeia no Dia da Vitória soviética sobre a Alemanha nazista
O presidente russo rende tributo aos 27 milhões de soviéticos mortos na Segunda Guerra Mundial Mandatário diz que Rússia salvou a Europa da escravidão
O presidente russo, Vladimir Putin, aterrissou ao meio dia de hoje (horário da Rússia) na Crimeia, a península ucraniana recentemente anexada à Rússia, segundo informa a agência Ria Novosti, depois de comemorar pela manhã em Moscou o 69º aniversário do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazista.
Em seu discurso no tradicional desfile militar na praça Vermelha, a maior parada militar de celebração do triunfo soviético na Segunda Guerra Mundial em 20 anos, segundo a televisão estatal russa, Putin aproveitou para lançar uma mensagem de exaltação nacionalista, em plena crise diplomática e política pelas intenções separatistas dos pró-russos do leste da Ucrânia. O presidente russo não só engrandeceu as virtudes do "povo soviético" e ainda lembrou as duras batalhas que se ocorreram nos territórios, inclusive no ucraniano.
"A vontade de ferro do povo soviético, sua coragem e estoicismo salvaram a Europa da escravidão", disse o mandatário durante um breve discurso em que parabenizou os russos pelo Dia da Vitória, considerada popularmente a festa nacional russa. Comandante Supremo das Forças Armadas, Putin rendeu tributo aos quase 27 milhões de civis e soldados russos mortos na Grande Guerra Pátria, como se chama neste país o capítulo soviético (1941-45) da Segunda Guerra Mundial.
Putin lembrou a crucial batalha de Stalingrado, o assédio a Leningrado e teve também palavras para a batalha de Sebastopol, porto do mar Negro situado na península da Crimeia, território ucraniano anexado pela Rússia em março passado.
Além disso, lembrou dos combates que aconteceram na beira do rio Dniéper, território da atual Ucrânia, onde há anos não se celebram paradas militares no dia 9 de maio, e que nesta ocasião foi muito criticado pela imprensa russa. "Hurra, Hurra, Hurra!", gritou as centenas de soldados de três exércitos apostados na praça depois de receber a felicitação do chefe do Estado.
O desfile iniciou com a saudação do ministro de Defesa, Serguéi Shoigu, que se deslocou pela praça Vermelha em um carro conversível.
Desde 2008, além de soldados, diante das muralhas vermelhas do Kremlin também pode ser visto armamento pesado, como os mísseis intercontinentais Topol, a arma mais temível do arsenal nuclear russo. Lanças mísseis, peças de artilharia, tanques e milhares de soldados de diferentes unidades militares também desfilarão pelo palco da Praça Vermelha, enquanto caças, bombardeiros e helicópteros rasgavam os céus de Moscou.
A tradição soviética de celebrar paradas militares na principal praça do país, a Vermelha, foi retomada pela Federação Russa em 1996, mas sem exibir armamento.
Apesar de que tradicionalmente Ucrânia celebrava também a vitória soviética em 1945, neste ano as novas autoridades ucranianas proibiram as manifestações de celebração do 9 de maio em Kiev, pelo temor a que "provocadores" pró-russos aproveitassem para desacreditar o Governo. O primeiro-ministro Arseni Yatseniuk, ressaltou como mudaram as relações. "Há 69 anos junto à Rússia lutamos contra o fascismo e ganhamos. A história repete-se mas de diferente maneira". Enquanto a Rússia alinhou-se com a Ucrânia no passado, "agora a Alemanha, o Reino Unido e os Estados Unidos estão ombro com ombro conosco".
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