_
_
_
_

Bachelet: “É o pior incêndio da história de Valparaíso”

Onze pessoas morreram e cerca de 10.000 deverão ser evacuadas Dezessete aeronaves trabalham para combater o fogo

Rocío Montes
Santiago do Chile -
Carros e casas queimadas em Valparaíso neste domingo.
Carros e casas queimadas em Valparaíso neste domingo.Eliseo Fernández (REUTERS)

Um incêndio provocou a morte de onze pessoas na cidade portuária de Valparaíso, de acordo com a informação oficial dada pelas autoridades, que retificaram a cifra entregue há poucas horas pela polícia, que informava o número de 16 mortes.

A presidenta Michelle Bachelet classificou a tragédia de “o pior incêndio da história de Valparaíso”, e não descartou que a cifra possa aumentar nas próximas horas. A governante encabeçou esta manhã um comitê de emergência na cidade portuária e, em uma coletiva de imprensa, informou que cerca de 10.000 pessoas deverão ser retiradas de suas casas e que 17 aeronaves trabalham para combater os focos do incêndio que ainda não foram controlados. “As imagens são impactantes. É uma tremenda tragédia”, assinalou a presidenta, visivelmente afetada.

As chamas começaram no sábado por volta das 16h30 no Chile, no Camino La Pólvora, uma das estradas de acesso à cidade. O incêndio florestal, no entanto, propagou-se rapidamente para zonas habitadas, principalmente pelo calor e o vento intenso. A presidenta informou que um primeiro cadastro indica que existem cerca de 500 casas totalmente danificadas e que o desastre se concentra nas colinas Mariposa, El Vergel, La Cruz, El Litre, Las Cañas, Miguel Ángel e Mercedes.

Valparaíso é uma cidade portuária composta por 42 colinas na orla do oceano Pacífico e é uma das que tem maior população no Chile. As ruas são estreitas e inclinadas, o que dificulta o acesso dos órgãos de emergência. Especialistas em urbanismo, como Iván Poduje, explicaram pela televisão local que entre os problemas que contribuíram para a propagação do incêndio estão o lixo das ruas, a falta de um plano adequado para enfrentar este tipo de tragédia e a construção de casas em locais não permitidos. Ao chegar à cidade, a sensação é de que nem uma agulha entra nessas colinas habitadas.

Bachelet explicou que cerca de 1.250 bombeiros, tanto de Valparaíso como de outras cidades do país, trabalham contra o tempo para controlar as chamas, sobretudo porque a meteorologia indica que os fortes ventos voltarão em breve. A governante informou que ontem à noite decretou estado de emergência na cidade para que as Forças Armadas ajudem a controlar o fogo e deem proteção às vítimas. Neste momento, cerca de 2.000 homens mantêm a ordem e a segurança nas ruas.

A chefe de Estado começou a percorrer os albergues, onde 650 pessoas se refugiaram. Uma mulher chamada Silvia, que passou a noite no albergue da Escola Grécia, descreveu a cena do incêndio: “Quando cheguei na minha casa, o fogo se propagava como uma língua ardente. Minhas crianças estavam ali. Não queriam sair. Corri, retirei elas e a minha tia Marta e descemos o morro. Caíam pedaços de carvão acesos, que pareciam meteoritos”, informa o blog da jornalista Andrea Lagos, que passou a noite no albergue.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_