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A tragédia de Ceuta passo a passo

Os imigrantes subsaarianos acusam a polícia de disparar, mas os agentes negam

Jorge A. Rodríguez
O incidente na fronteira de Ceuta.
O incidente na fronteira de Ceuta.Joaquín Sánchez

Os subsaarianos, cerca de 250, tentaram atravessar em massa a fronteira fortificada de Ceuta, cidade autônoma espanhola ao norte do Marrocos, em três ocasiões. A primeira foi uma dura travessia pela cerca, em terra, na qual os imigrantes atiraram paus e pedras (segundo a Polícia civil), e os agentes espanhóis e do corpo militar marroquino dispararam balas de borracha e gás, segundo ambos. A segunda consistiu em uma tentativa de passar correndo por Tarajal (o único ponto oficial de passagem entre Ceuta e Marrocos), que foi abortada pelo fechamento dos portões e presença policial. A terceira foi uma tragédia: pelo menos nove imigrantes ilegais (corpos recuperados) faleceram afogados ou esmagados quando se jogaram ao mar para contornar o quebra-mar fronteiriço, que começa na praia. Vários imigrantes dizem que neste local foram atingidos por balas de borracha e gás lacrimogêneo. O corpo armado nega.

Primeira tentativa. Os imigrantes (400 segundo a ONG, 250 segundo o Governo) desceram das planícies do Auyal, no Marrocos, às 5h45. Foram a caminho da Biutz, a velha ponte do Tarajal, próximo ao caminho do 'Córrego das bombas', como é conhecido o local. Correndo, chegaram à cerca fronteiriça. Já era mais de sete da manhã. O choque foi “muito violento”, admitem ambas partes. Lançaram balas de borracha, gases, material anti-distúrbio. Os subsaarianos retrocederam.

Segunda tentativa. Correndo, chegam ao Tarajal às oito da manhã. Horário de pico na fronteira. As forças de segurança estão avisadas. A fronteira é fechada durante meia hora. Há conflitos isolados, principalmente por parte das forças marroquinas, que empregaram com força seus cassetetes. Nenhum imigrante conseguiu entrar na Espanha. O grupo de subsaarianos muda de objetivo. Vai ao mar.

A tragédia. O grupo entra em massa à praia, ainda no lado marroquino. Tentam superar o quebra-mar fronteiriço, reforçado com uma cerca. Os relatos dos imigrantes falam de disparos da Policia civil às boias, para afundá-los, balas de borracha e gases lacrimogêneos. A polícia marroquina nega veementemente. Não há depoimentos independentes. Nove cadáveres foram resgatados durante o dia. Os socorristas suspeitam que devem haver mais.

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