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Preso o ex-namorada de Amanda Knox na fronteira italiana com Áustria

Raffaele Sollecito foi condenado na quinta-feira a 25 anos de prisão pelo assassinato de Meredith Kercher

O ex-namorado de Amanda Knox, que foi preso na fronteira com a Áustria.Foto: reuters_live

Durante toda a manhã da quinta-feira, o italiano Raffele Sollecito, ex-namorado da norte-americana Amanda Knox, permaneceu no tribunal de apelação de Florença que os julgava pelo brutal assassinato, em novembro de 2007, da jovem britânica Meredith Kercher. Mas, por volta do meio da tarde, talvez pressentindo o que aconteceria às dez da noite – horário que Amanda foi condenada a 28 anos de prisão e ele a 25-- o rapaz desapareceu.

A polícia conseguiu localizá-lo de madrugada em um hotel da província italiana de Udine, a poucos quilômetros da fronteira com a Áustria e a Eslovênia, de onde foi levado para a delegacia à espera de que a Justiça se decida pelo momento se só retira o seu passaporte –como prevê a sentença — ou decreta sua prisão por risco de fuga. Segundo afirmou o jovem, que agora tem 29 anos, para a polícia, em nenhum momento ele pensou fugir: “Só dei uma volta pela Áustria com uma amiga. Depois voltei e parei para descansar”.

Knox e Sollecito já estiveram na prisão por quatro anos. Desde sua detenção, poucas horas após o assassinato de Meredith, com quem Amanda dividia um apartamento de estudantes em Perugia, até que em outubro de 2011 foi anulada a sentença que dois anos antes os tinha declarado culpados. Amanda Knox, que agora tem 26 anos, abandonou a Itália em seguida e se refugiou em sua casa em Seattle (EUA).

Ali recebeu em março passado a notícia de que o Tribunal Supremo italiano anulava sua sentença que a absolveu e ali recebeu ontem à noite –“assustada e triste”, segundo seu advogado-- a notícia de sua nova condenação. Nem Knox tem intenção de regressar a Itália nem a justiça italiana tem até o momento a intenção de cobrar os Estados Unidos  que a deportem.

Em primeiro lugar, porque a sentença condenatória é ainda recorrível ante o Supremo. E porque ninguém acha que, assistidos de razão ou sem ela, o Governo norte-americano esteja disposto à entregar, sobretudo tendo em conta a particular peripécia judicial do casal: suspeitos, culpados, inocentes, de novo suspeitos e finalmente condenados.

A situação de Raffaele Sollecito é muito diferente. É cidadão italiano e foi condenado pela justiça italiana por um crime cometido em território italiano. A nova sentença considera provado que na noite do crime ambos estavam no apartamento da rua da Pergola e que juntos participaram ---junto ao marfinense Rudy Guede, já condenado a 16 anos em um julgamento rápido— na violação e assassinato da moça britânica, que recebeu 46 punhaladas. A tentativa por parte de Amanda de atribuir o crime ao músico congolês Patrick Lumumba confirma ainda mais, segundo o tribunal, a tese de sua culpa e de sua frieza.

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