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Obama: “Mandela agora pertence à eternidade”

O presidente dos EUA reconhece o impacto do sul-africano em sua vida. Outros ex-mandatários também admiravam sua luta pela liberdade

Eva Saiz
Barack Obama durante seu discurso sobre a morte de Mandela.
Barack Obama durante seu discurso sobre a morte de Mandela.SHAWN THEW (EFE)

Visivelmente emocionado, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, louvou a trajetória vital e política de Nelson Mandela e destacou o impacto que teve em sua própria vida numa mensagem da Casa Branca, lida minutos depois do anúncio da morte do líder sul-africano. As palavras do mandatário somaram-se à de outros ex-presidentes e à de altas personalidades políticas norte-americanas que também ressaltaram sua luta a favor da liberdade e o poder transformador de seu exemplo na transformação social da África do Sul. Enquanto Obama falava, na embaixada sul-africana em Washington, foi iluminada a estátua de seu ex-presidente, inaugurada há algumas semanas enquanto já começavam a chegar os primeiros compatriotas para mostrar suas condolências.

“Seu compromisso em buscar a reconciliação com aqueles que o enviaram à prisão é um modelo de conduta que deveria aspirar toda a humanidade”, afirmou Obama. O presidente reconheceu que Mandela era seu herói e, nesta quinta-feira, se referiu em várias ocasiões à influência que ele exerceu sobre ele em seus tempos de estudante. “Minha primeira atividade verdadeiramente política foi me manifestar contra o apartheid”, disse Obama, acrescentando que não podia imaginar sua própria vida “sem o exemplo deixado por Mandela”. “Ele não nos pertence, pertence à eternidade”, disse.

Neste verão (norte-americano), o presidente viajou à África do Sul com a esperança de poder conhecer a Mandela, mas seu delicado estado de saúde frustrou esse encontro. Obama, porém, visitou com as suas filhas a diminuta cela na prisão de Robben Island, em que o ex-presidente sul-africano ficou preso por 27 anos. “No dia em que foi libertado tive a certeza do que os seres humanos podem fazer quando são guiados por suas esperanças em vez de seus medos”, explicou o presidente, em outro exemplo do impacto que Mandela teve nele.

Seu predecessor na Casa Branca, George W. Bush, destacou que o líder sul-africano foi “uma das grandes líderes das liberdades e da igualdade do nosso tempo”. Seu pai, George H. W. Bush, reconheceu que era “um homem de grande valentia que transformou o curso da história de seu país”.

Bill Clinton mostrou seus condolências via Twitter com uma foto de deles: “Nunca esquecerei meu amigo Madiba.” O ex-presidente democrata e sua mulher, Hillary, visitaram Mandela em várias ocasiões e, como Obama, nunca escondeu sua admiração por ele. O ex-presidente Jimmy Carter dirigiu-se aos cidadãos sul-africanos, assinalando que “perdiam um grande líder”.

De Israel, onde se encontra para acelerar as negociações de paz no Oriente Próximo, o secretário de Estado, John Kerry, destacou que Madiba será lembrado como "um pioneiro da paz". "Sua viagem para a liberdade deu um novo significado às palavras valentia, perdão e dignidade humana. Agora que esse longo caminho chegou ao seu fim, o modelo que ele ofereceu à humanidade, viverá para sempre", disse Kerry em um comunicado.

O líder dos republicanos no Congresso, John Boehner, também salientou a profunda mudança que que ele promoveu em seu país. “Mandela liderou seus compatriotas numa transformação épica, com uma autoridade tranquila, que guiou seu próprio caminho da prisão à presidência.”

"Sempre se diz quando alguém morre que suas palavras e suas ações sobreviverão, mas, neste caso é verdadeiro", destacou em um comunicado a antiga secretária de Estado da gestão Clinton, Madeleine Albright. Outra ex-secretária de Estado, Condoleeza Rice, engrandeceu a figura de Mandela como um símbolo de luta "pelos direitos humanos e pela igualdade".

O ainda prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, lamentou a “perda de uma das figuras mais influentes da história moderna” e o presidente do Comitê de Assuntos Exteriores do Senado, o democrata Bob Menéndez, lembrou como Mandela “nos ensinou sobre humanidade no meio da inumanidade”.

Muhhamad Ali, que encontrou Mandela em várias ocasiões, disse umas emotivas palavras em homenagem ao ex-presidente sul-africano: "O seu foi um espírito livre nascido para alçar-se sobre o arco-íris. Hoje esse espírito alça-se sobre os céus e será livre para sempre."

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