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Itália bloqueia o TikTok após a morte de uma menina de 10 anos

Garantia de proteção de dados alega que a rede social não é capaz de verificar a idade de seus usuários e impõe um veto até 15 de fevereiro

Uma pessoa segura um celular em frente ao logotipo da rede social chinesa TikTok.
Uma pessoa segura um celular em frente ao logotipo da rede social chinesa TikTok.DADO RUVIC (Reuters)
Daniel Verdú

Antonella Sicomero tinha 10 anos e morava em Palermo com seus pais e sua irmã mais nova. Na tarde de quinta-feira foi ao banheiro sozinha e levou o celular. Após um tempo, sua irmã a encontrou morta, enforcada com a faixa de um roupão do toalheiro. Tinha três contas em redes sociais e era especialmente ativa na rede social chinesa TikTok. A polícia suspeita que pode se tratar de um desses desafios macabros que circulam de vez em quando nesse tipo de rede. A garantia da proteção de dados e da privacidade da Itália decidiu agir imediatamente e ordenou o bloqueio da rede social chinesa em todo o país.

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FILE PHOTO: A man walks by a logo of Bytedance, the China-based company which owns the short video app TikTok, or Douyin, at its office in Beijing, China July 7, 2020.  REUTERS/Thomas Suen/File Photo
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Vício em redes sociais dispara na pandemia, mas há como recuperar o controle e se desintoxicar
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A decisão de bloquear uma rede social não tem precedentes na Itália e abre um debate profundo sobre seus limites e sua natureza como veículo de comunicação. O órgão competente alegou na noite de sexta-feira que a rede, a preferida pelos adolescentes mais jovens, não é capaz de verificar a idade de seus usuários e, portanto, ficará bloqueada, pelo menos, até 15 de fevereiro. O TikTok fixa em 13 anos o limite mínimo para poder acessar – na Itália são 14 anos sem o consentimento dos pais –, mas como na maioria das redes sociais, não exige nenhum documento e não inclui nenhum sistema que permita comprovar a veracidade da informação.

Em dezembro o mesmo órgão italiano já havia criticado o TikTok por sua “escassa atenção à proteção dos menores” e pela facilidade com que burlavam o limite de idade, assim como a pouca transparência da informação oferecida aos usuários. Agora o crime que pode vir dessa falta de controle e já investigado pela Promotoria é o de instigação ao suicídio. “Não sabíamos de nada”, disse o pai da menina ao jornal La Reppublica. “Só sabia que Antonella entrava no TikTok para ver vídeos. Como iríamos imaginar essa atrocidade?.”

A hipótese com a qual a polícia trabalha no caso da pequena Antonella Sicomero é que sofreu um desmaio participando de um desafio chamado #blackoutchallenge, que consiste em comprovar quem é capaz de ficar sem respirar por mais tempo. A absurda iniciativa teria causado um desmaio e, mais tarde, um coma na menina. Chegou a ser enviada ao hospital infantil Giovanni Di Cristina de Palermo, onde os médicos comunicaram à família que a jovem não despertaria e que poderiam doar seus órgãos, ao que eles permitiram.

A rede social, que tem 100 milhões de usuários na Europa, emitiu um comunicado ao saber do ocorrido: “A segurança da comunidade TikTok é nossa máxima prioridade, estamos à disposição das autoridades competentes para colaborar em toda a investigação”.

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