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EUA superam Itália em número de mortos, com Nova York no epicentro da pandemia

O prefeito da metrópole anuncia fechamento de colégios públicos até setembro

Funeral no The Green-Wood Cemetery, no Brooklyn, em Nova York, neste sábado.
Funeral no The Green-Wood Cemetery, no Brooklyn, em Nova York, neste sábado.JEENAH MOON (Reuters)
Yolanda Monge
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Neste sábado, os Estados Unidos superaram a Itália como o país com maior número de mortes pela pandemia do coronavírus, após registrar 783 falecidos nas últimas 24 horas somente no Estado de Nova York. A capital do Estado é o principal foco da pandemia no mundo atualmente.

Mais de 19.800 pessoas morreram nos EUA devido a complicações relacionadas com o coronavírus, segundo o site da Universidade Johns Hopkins. O total de vítimas na Itália é de 19.468. A Espanha, terceiro país com maior número de mortes, contabiliza 16.335.

Mais de 103.000 pessoas morreram pelo coronavírus no mundo inteiro e mais de 1,7 milhão foram infectadas, sempre segundo a Universidade Johns Hopkins. Esta semana, o epidemiologista Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e homem-chave no grupo de trabalho da Casa Branca para a crise, afirmou que a projeção de vítimas mortais pela pandemia girava em torno de 60.000, quando há pouco mais de uma semana a estimativa era de 100.000 a 240.000.

“O que os dados nos dizem é que as medidas que estamos implementando estão mitigando os contágios e as mortes”, explicou Fauci. Por sua vez, a médica Deborah Birx, também da equipe de luta contra a pandemia da Administração de Donald Trump, informou que começava a haver uma queda na curva de mortes por coronavírus, mas advertiu que ainda não se chegou à pior etapa da pandemia.

O Governador de Nova York, Andrew Cuomo, deu neste sábado a má notícia das 783 mortes por coronavírus ao longo da sexta-feira. Cuomo quis citar o primeiro-ministro Winston Churchill, que guiou o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. “Não estamos ante o final. Nem sequer estamos ante o princípio do final. Mas talvez estejamos no final do princípio”, declarou o governador, citando Churchill.

Homem atravessa a 42nd Street em Nova York em 23 de março.
Homem atravessa a 42nd Street em Nova York em 23 de março. Mark Lennihan (AP)

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou neste sábado que os mais de três meses de ano letivo ainda restantes para os mais de 1,1 milhão de alunos da rede pública de Nova York não serão cumpridos. “Os colégios permanecerão fechados até setembro”, informou De Blasio, definindo a medida como “dolorosa”. “É necessária para salvar vidas”, ressaltou. “Dessa maneira, podemos continuar realizando o distanciamento social para achatar a curva e vencer o coronavírus.”

Em entrevista coletiva, o prefeito afirmou que não foi uma “decisão fácil nem satisfatória” aos que estão fazendo esforços “para que nossas crianças consigam a melhor educação possível”. Cerca de 1.800 colégios dos cinco grandes bairros de Nova York lutam todos os dias para se adaptar ao ensino à distância desde que as escolas foram fechadas, em 16 de março. Uma decisão necessária, mas que representou um desafio desconhecido até o momento para os educadores.

Como muitos dirigentes, De Blasio adapta suas decisões aos acontecimentos do dia. No início, o prefeito disse que queria reabrir os centros educativos em 20 de abril, após a anual pausa da primavera. Segundo ele, porém, as autoridades de Nova York concluíram que não é “confiável, seguro nem justo” reiniciar o calendário escolar antes de setembro, quando começaria um novo ano acadêmico.

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