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42 migrantes morrem afogados, 16 deles menores, na costa do Djibouti

Milhares de etíopes e somalis bloqueados no Iêmen pela covid-19 tentam voltar para casa por uma perigosa rota migratória

Trabalhadores da OIM e forças de segurança do Djibuti ao lado dos corpos dos migrantes que morreram na segunda-feira quando tentavam regressar ao continente africano.
Trabalhadores da OIM e forças de segurança do Djibuti ao lado dos corpos dos migrantes que morreram na segunda-feira quando tentavam regressar ao continente africano.IOM (Reuters)
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Vilma Iris Peraza y sus hijos Erick y Adriana de Honduras fueron expulsados a México junto con otras familias de migrantes, aproximadamente cien personas son retornadas por autoridades estadounidenses. 

Autoridades estadunidenses deportaron a familias de migrantes centroamericanos principalmente de Guatemala y Honduras capturados en días recientes por elementos de la Patrulla Fronteriza en la Ciudad de McAllen, Texas EU, los grupos son trasportados en autobuses y avión hasta la ciudad de El Paso, Texas para ser expulsados ​​de Estados Unidos por el puente internacional Paso del Norte-Santa Fe  a Ciudad Juárez, estado de Chihuahua. Las familias desconocen que son retornados a México hasta que cruzan el puente fronterizo. Desde hace dos semanas diariamente son expulsados grupos de poco más de cien indocumentados, lo que ha creado una crisis en los albergues y organismo sin fines de lucro quienes dan refugio a las familias deportadas en Ciudad de Juárez. 
También son expulsados quienes cruzan el Río Bravo, por  zonas desérticas, de Anapra a San Jerónimo, en el Valle de Juárez, los migrantes buscan ingresar a territorio estadounidense caminan hasta dos días y quienes logran cruzar al ser detenidos inmediatamente son expulsados a México.
Los albergues instalados por organizaciones civiles y religiosas empiezan a tener dificultades para atender a la nueva oleada de migrantes.
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Ao menos 42 migrantes morreram afogados na segunda-feira na costa do Djibouti depois do naufrágio da embarcação em que viajavam, segundo informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM). A bordo da barca estavam cerca de 60 pessoas que fugiam do conflito no Iêmen e tentavam voltar para casa no continente africano quando, por razões desconhecidas, sofreu um acidente e afundou. A OIM afirma que dezenas de milhares de migrantes, principalmente etíopes e somalis, estão “presos no Iêmen” devido ao fechamento da fronteira por causa da covid-19 e estão tentando retornar por essa via irregular.

A porta-voz deste organismo para o Chifre da África, Yvonne Ndege, confirmou à agência Efe na terça-feira que entre os mortos há 16 menores, 15 homens e oito mulheres, e que três corpos ainda não foram identificados. Dos 14 sobreviventes, 11 foram levados para um hospital na cidade de Djibouti, capital do país, e outros três estão sendo tratados em um centro de migrantes em Obock. Inicialmente, a OIM tinha informado 34 mortos, mas o surgimento de mais oito corpos nas horas seguintes ao naufrágio elevou o número de mortos provisório para 42.

“Todos os anos, dezenas de milhares de jovens migrantes africanos da região fazem a perigosa viagem a partir de países como Somália e Etiópia através do Djibouti e do Iêmen em busca de trabalho no Golfo”, diz o comunicado da OIM. No entanto, o acidente aconteceu na direção contrária, em uma rota que se intensificou no último ano depois do fechamento da fronteira adotado por causa da pandemia de covid-19, que deixou milhares de migrantes bloqueados no Iêmen e sem possibilidade de seguir para países como Arábia Saudita, seu principal destino. Somente em março, 2.343 migrantes africanos chegaram ao Djibouti em comparação com 1.900 em fevereiro, de acordo com dados das Nações Unidas.

Até 2019, a rota migratória que conecta o Chifre da África com a Península Arábica pelo Mar Vermelho e o Golfo de Aden era a mais usada no mundo. Nem sequer a guerra no Iêmen foi um obstáculo. Naquele ano, mais de 138.000 africanos se lançaram ao mar em embarcações para chegar à Península Arábica, de acordo com dados da OIM. No entanto, as restrições adotadas a partir de março de 2020 para combater a covid-19 dificultaram esses movimentos e provocaram uma mudança de direção: às habituais saídas do Djibouti e da Somália se juntaram as tentativas de dezenas de milhares de migrantes de retornar ao continente africano em uma tendência que foi se consolidando ao longo dos meses.

Além de movimentada, a rota iemenita é uma das mais perigosas do mundo porque é controlada por traficantes que não hesitam em sacrificar a vida dos passageiros ao menor problema. Em março, contrabandistas jogaram ao mar cerca de 80 pessoas de um barco que viajava para o Iêmen depois que alguns passageiros reclamaram que havia gente demais viajando. Pelo menos 20 migrantes morreram afogados, segundo disseram sobreviventes à OIM. Atualmente, este organismo das Nações Unidas identificou mais de 6.000 africanos no Iêmen para seu retorno voluntário e pediu aos Governos africanos que facilitem essa opção, dadas as difíceis condições em que vivem, “geralmente sem acesso a alimentos, abrigo, cuidados médicos e segurança”, informou a OIM.

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