_
_
_
_

Dezenas de acadêmicos exigem um diálogo nacional em Cuba e o fim da perseguição às vozes dissidentes

Em uma carta aberta, os acadêmicos expressam sua preocupação pela repressão sofrida pelo Movimento San Isidro e pedem “soluções democratizantes reais”

Carlos S. Maldonado
Exilados cubanos na Finlândia protestam contra as violações de direitos humanos na ilha, no domingo diante da embaixada de Cuba em Helsinque.
Exilados cubanos na Finlândia protestam contra as violações de direitos humanos na ilha, no domingo diante da embaixada de Cuba em Helsinque.DPA vía Europa Press (Europa Press)
Mais informações
View of photographs and a small sculpture of Argentinian revolutionary legend Ernesto 'Che' Guevara's in the studio of the apartment he was born in Rosario, Argentina on June 29, 2020. (Photo by MARCELO MANERA / AFP)
Casa natal de Che: vende-se
People pass by an image of late Cuban President Fidel Castro amid concerns about the spread of the coronavirus disease (COVID-19), in Havana, Cuba, July 19, 2020. REUTERS/Alexandre Meneghini
Cuba impulsiona o setor privado em meio à crise do coronavírus
A brigade of health professionals, who volunteered to travel to South Africa to assist local authorities with an upsurge of coronavirus cases, attend the farewell ceremony in Havana, Cuba, Saturday, April 25, 2020. (AP Photo/Ramon Espinosa)
Controle de Cuba sobre médicos em suas missões evidencia violação de direitos básicos, aponta ONG

A decisão das autoridades cubanas de invadir na noite de 26 de novembro a sede do Movimento San Isidro e manter sob prisão durante horas quinze pessoas gerou uma reação de repúdio em âmbitos culturais e acadêmicos de todo o continente. Neste domingo, dezenas de acadêmicos publicaram uma carta aberta em que repudiam a perseguição contra artistas e intelectuais, exigem o fim da perseguição às vozes dissidentes ao regime e pedem um diálogo nacional do qual “emerjam soluções democratizantes reais”.

“O que aconteceu recentemente colocou em cima da mesa a demanda, por parte de um setor diverso e importante da sociedade civil, de mudanças que conduzam à democratização da sociedade e da política cubanas. Os fatos ocorridos tornaram evidente, além disso, a disposição majoritária ao diálogo como veículo de mudança, e de diversas publicações acadêmicos formados em universidades cubanas também pedem um diálogo efetivo entre a sociedade e o Governo da Ilha, que inclua todos os atores e do qual emerjam soluções democratizantes reais”, diz a carta.

O Movimento San Isidro é uma rede de ativistas, artistas e jornalistas que manteve dez dias de confinamento e greve de fome em Havana para exigir a libertação do rapper Denis Solís. Os integrantes do movimento, além disso, protestavam contra as políticas de repressão do Governo contra a liberdade de expressão. As autoridades justificaram a operação com o protocolo de saúde adotado pela pandemia de coronavírus. Entre os desalojados estava Carlos Manuel Álvarez, jornalista e escritor, diretor da revista El Estornudo e colaborador do EL PAÍS. “Quebraram a porta, a colocaram por terra. Nós estávamos tranquilos e não oferecemos resistência. Eram como feras dividindo a presa. Pareciam até ter mais medo do que nós”, contou por telefone ao repórter do EL PAÍS na noite do incidente.

Um dia depois da operação policial, dezenas de artistas se reuniram em frente ao Ministério da Cultura, em Havana, para pedir um diálogo com o alto escalão, exigiram liberdade de expressão e o fim das hostilidades contra os dissidentes. Foi um fato inédito na ilha, onde qualquer manifestação crítica contra o Governo é reprimida violentamente pelo regime.

Os acadêmicos que assinam a carta aberta também denunciam a campanha de difamação que, através dos veículos oficiais, as autoridades cubanas fazem dos que criticam a política opressiva, além da vigilância permanente a que são submetidos, assim como a perseguição policial, interrogatórios e prisões arbitrárias. Assinam o documento historiadores, pesquisadores, professores e candidatos a doutorados, relacionados de alguma forma com Cuba, mas que desempenham suas atividades em prestigiosas universidades dos Estados Unidos, América Latina e Europa.

“Os assinantes desta carta, acadêmicos em sua maioria cubanistas de dentro e de fora da ilha, repudiamos as posturas antidemocráticas que o Governo cubano utilizou como resposta ao que consideramos pedidos justos da sociedade civil, e exigimos das autoridades que façam um diálogo nacional, sem discriminação de atores e posturas, e sem represálias a nenhum dos participantes, do qual emerjam acordos vinculantes que permitam a implementação de soluções à atual crise política vivenciada pelo país”, afirmam no documento. E concluem: “Queremos uma Cuba aberta, diversa e plural. Uma Cuba para e com todos”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_