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Arizona e Wisconsin certificam vitória de Biden em um novo golpe para Trump

Derrota do presidente nos dois Estados fecha ainda mais a porta à ofensiva judicial dele que tenta reverter o resultado das eleições

Trumpistas protestam em Phoenix (Arizona), nesta segunda.
Trumpistas protestam em Phoenix (Arizona), nesta segunda.Ross D. Franklin (AP)
Pablo Guimón

As autoridades do Arizona certificaram oficialmente nesta segunda-feira a vitória de Joe Biden, quase um mês depois das eleições presidenciais dos Estados Unidos, por uma margem um pouco superior a 10.000 votos. Horas depois, também a junta eleitoral de Wisconsin certificou a vitória de Biden nesse Estado, por mais de 20.500 votos. A confirmação das vitórias do democrata em dois Estados onde Donald Trump havia vencido em 2016 reduz ainda mais as já praticamente nulas chances de Donald Trump de reverter uma contundente derrota que o presidente, de maneira insólita, ainda não reconheceu.

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Em condições normais, a certificação oficial dos resultados por parte dos Estados constitui um mero trâmite, pois se dá como válida a previsão das agências de notícias, dos jornais e das emissoras de televisão, que proclamam um ganhador em cada território quando seus modelos indicam que o avanço da apuração sela matematicamente um resultado. Mas neste caso, nos Estados onde a luta do último 3 de novembro foi mais acirrada, esses trâmites estão cercados de expectativa, pois as acusações lançadas pelo presidente sobre uma suposta fraude maciça na apuração geraram expectativas infundadas entre seus seguidores.

Diversas pesquisas nas últimas semanas revelam que entre 70% e 80% dos eleitores republicanos não acreditam que Biden venceu legitimamente as eleições. Trump e seu entorno pelo Twitter, sua equipe jurídica liderada por Rudy Giuliani, assim como uma série de veículos de comunicação conservadores, vêm há semanas alimentando e amplificando infundadas teorias conspiratórias e fazendo seus públicos acreditarem que o republicano ainda poderia vencer em Estados como Wisconsin, Arizona e Geórgia, num pleito em que Trump saiu derrotado por mais de seis milhões de votos individuais em nível nacional e 74 votos (de um total de 538) no Colégio Eleitoral.

A campanha do presidente tinha solicitado a recontagem dos votos em dois condados de Wisconsin, assim como obrigou a apurar os votos na Geórgia três vezes, sem mudanças significativas no resultado.

Mas Trump, apesar de já ter autorizado o início dos trâmites da transição, não dá a batalha por perdida. No próximo dia 14, o Colégio Eleitoral se reúne, num conclave formal em que os representantes dos Estados emitem seu voto de acordo com os resultados em seus territórios, e o presidente ainda parece ter a esperança de subverter esse processo, pressionando os Legislativos estaduais a enviarem representantes que votem nele, ignorando o sentido do voto popular, algo proibido pelas leis estaduais. Os advogados de Trump dizem também que continuarão travando a batalha nos tribunais, embora até agora tenham colhido apenas fracassos e até sido ridicularizados em suas tentativas de provar fraude eleitoral.

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