Defesa de Assange diz que Trump ofereceu o perdão se negasse a trama russa nas eleições de 2016
A revelação, que a Casa Branca desmentiu, veio à luz em uma vista prévia do processo de extradição do ativista para os EUA, que começará no dia 24 em Londres
Julian Assange, o cofundador do portal Wikileaks, enfrenta a partir da próxima semana seu maior temor: a possibilidade de ser extraditado para os Estados Unidos. E seu advogado conseguiu uma pequena vitória nesta semana, durante a fase questões prévias, antes da audiência que começará na próxima semana, perante um tribunal de Londres. Edward Fitzgerald pediu e obteve a permissão dos magistrados para chamar para depor uma testemunha que afirma que um emissário do presidente norte-americano, Donald Trump, ofereceu o perdão ao fugitivo se ele afirmasse em seu depoimento que a Rússia não tinha nada a ver com os vazamentos dos e-mails da campanha da candidata democrata, Hillary Clinton, em 2016.
A testemunha em questão é Jennifer Robinson, advogada australiana que representa Assange. Como ela não tem a categoria de barrister (advogado que possui permissão para atuar nos tribunais superiores) que Fitzgerald tem, não pode exercer diretamente a defesa no tribunal. Robinson diz que o congressista norte-americano republicano, Dana Rohrabacher, foi à embaixada do Equador em Londres –onde Assange passou quase sete anos como asilado político– em agosto de 2017 para falar diretamente com ele e apresentar-lhe, de acordo com a versão dos advogados, a oferta de Trump. Rohrabacher esteve no olho do furacão nos últimos anos por suas estreitas ligações com o presidente russo, Vladimir Putin, e seu entorno.
A porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grishman, negou que o mandatário norte-americano tenha feito essa oferta ao ciberativista: “O presidente mal conhece Dana Rohrabacher, além de que é um ex-congressista. Nunca falou com ele sobre esse assunto e quase sobre nenhum assunto. É uma invenção completa e uma mentira total”.
Os Estados Unidos reclamam a extradição de Assange por 18 acusações, que incluem supostos crimes de conspiração e espionagem, que podem significar até 175 anos de prisão. Preso inicialmente em 2010 no Reino Unido a pedido da Suécia por um caso de suposto crime sexual atualmente arquivado, Assange passou os últimos dez anos confinado, primeiro em prisão domiciliar e depois na embaixada em Londres do Equador, que em 2019 retirou-lhe o asilo político O ativista, de 48 anos, aguarda o processo judicial na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres.
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