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Reino Unido assina ordem de extradição de Julian Assange para os EUA

Fundador do WikiLeaks responde a 18 processos por divulgar materiais sigilosos

Rafa de Miguel
Julian Assange deixa o tribunal em Londres, em 1º de maio.
Julian Assange deixa o tribunal em Londres, em 1º de maio.DANIEL LEAL-OLIVAS (AFP)

O Reino Unido deu luz verde ao processo de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos. O ministro britânico do Interior, Sajid Javid, confirmou nesta quinta-feira na BBC a medida contra o fundador do WikiLeaks. “Assange está onde tem que estar, preso. Há um pedido de extradição dos Estados Unidos pendente da decisão dos tribunais, mas ontem [quarta-feira] assinei a ordem de extradição e a certifiquei, para que seja apresentada amanhã mesmo à Justiça”, declarou.

Assange, condenado a um ano da prisão por violar as normas da liberdade provisória imposta pela Justiça britânica e se refugiar na embaixada do Equador em Londres – onde gozou de proteção diplomática até recentemente –, responde a 18 processos nos tribunais norte-americanos. Os mais graves incluem crimes contra a lei de espionagem e contra a segurança nacional. É acusado de publicar informações confidenciais relativas às intervenções militares no Iraque e Afeganistão, em conivência com a ex-militar Chelsea Manning.

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A audiência de extradição está marcada para esta sexta-feira e, dependendo das condições físicas de Assange, de 47 anos, poderia ocorrer na própria prisão de Bemarsh, em Londres, onde ele se encontra detido.

O processo de extradição para os Estados Unidos prepondera assim sobre a solicitação feita pela Suécia, onde o hacker é investigado por supostos crimes sexuais contra duas ex-colaboradoras do WikiLeaks durante um evento ocorrido em 2010 em Estocolmo. Assange nega essas acusações. Um tribunal sueco paralisou o pedido de extradição por considerar desnecessário que o réu precisasse responder ao processo na prisão. A Suécia havia decidido reiniciar os trâmites para a entrega ao reabrir um caso que tinha sido provisoriamente encerrado. O estopim foi a entrega de Assange às autoridades britânicas por parte do Equador. O Governo de Lenín Moreno decidiu revogar a proteção ao foragido, concedida pelo anterior presidente, Rafael Correa, por causa das atividades ilegais feitas por Assange de dentro da embaixada equatoriana em Londres, incluindo sua ingerência na campanha do referendo ilegal de independência na Catalunha em outubro de 2017.

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