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Ouro merecido para a baiana Ana Marcela Cunha na maratona aquática da Olimpíada de Tóquio

Aos 29 anos, a nadadora terminou a prova em 1h59m33s, após uma execução considerada perfeita de sua estratégia. Ela estreou com 16 anos nos Jogos de Pequim, ficou fora em Londres 2012, e perdeu no Rio de 2016

A nadadora Ana Marcela Cunha celebra sua vitória na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta terça-feira, 4 de agosto.
A nadadora Ana Marcela Cunha celebra sua vitória na maratona aquática dos Jogos Olímpicos de Tóquio nesta terça-feira, 4 de agosto.LEONHARD FOEGER (Reuters)
Felipe Betim
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Tokyo 2020 Olympics - Gymnastics - Artistic - Women's Floor Exercise - Medal Ceremony - Ariake Gymnastics Centre, Tokyo, Japan - August 2, 2021.  Rebeca Andrade of Brazil poses with her medals in front of the olympic rings. REUTERS/Lindsey Wasson
Rebeca Andrade, eternizada na história das Olimpíadas
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Bruno Fratus leva o bronze nos 50m livre da natação
Rebeca Andrade of Brazil, celebrates after winning the gold medal on the vault during the artistic gymnastics women's apparatus final at the 2020 Summer Olympics, Sunday, Aug. 1, 2021, in Tokyo, Japan. (AP Photo/Natacha Pisarenko)
Os medalhistas do Brasil na Olimpíada de Tóquio 2020

Ana Marcela Cunha nadou 10 quilômetros nesta terça-feira em direção ao ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Um dos principais nomes da maratona aquática da história da categoria, a brasileira já possuía vários títulos mundiais. Mas faltava uma medalha olímpica em seu currículo de atleta. Ela chegou após uma prova perfeita de 1h59m33s na baía de Tóquio. Com a conquista, o Brasil passa a ter 15 medalhas em Tóquio e a ocupar a 14ª posição.

A brasileira alternou entre a liderança, a segunda e a terceira posição ao longo de toda a maratona, executando uma estratégia traçada bem antes. Usou todo seu fôlego na sétima e última volta e disparou rumo à linha de chegada. “Eu disse antes que para ganhar de mim teriam que nadar muito. Eu sabia o quanto eu estava preparada”, afirmou em entrevista após a vitória. A prata ficou com a holandesa e campeã na Rio 2016 Sharon Van Rouwendaal, que completou a prova em 1h59m31.7s. Já a australiana Kareena Lee conquistou o bronze, com um tempo de 1h59m32.5s. “Eu fiz minha prova e uma coisa que aprendi é ser feliz, eu tava sendo feliz fazendo o que eu amo e tudo correu muito bem”, completou Ana Marcela.

Ana Marcela, de 29 anos, chegou a Tóquio com expectativa alta de levar uma medalha para o Brasil. Ela estreou numa Olimpíada em Pequim 2008, com apenas 16 anos, mas acabou ficando de fora da Londres 2012. Na Rio 2016 era a favorita, mas acabou chegando em décimo lugar por causa de um problema de saúde. Agora foi diferente. “É um quarto ciclo olímpico vindo de uma frustração no Rio e um amadurecimento muito grande para chegar até aqui”, explicou.

A frustração após o último ciclo olímpico deu lugar a um longo período de preparação, segundo explicou antes de embarcar para a Tóquio. “Estamos concluindo essa etapa mais longa de treinos no Brasil, com o ritmo cada dia mais forte e intenso. Foi um período com poucas competições fora e tivemos que refazer o planejamento por causa das restrições da pandemia”, explicou em entrevista para A Tribuna. “Mas conseguimos reformulá-lo acrescentando mais um ano até os Jogos Olímpicos”, complementou.

Nascida em Salvador, a maratonista aquática é filha de pai nadador e mãe ginasta. Começou a nadar aos dois anos na creche, mas a linhagem familiar falou mais alto. Em 2001 começou a treinar no Clube Olímpico de Natação em Salvador, e desde 2007 vem nadando pela Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos. Em seu histórico estão medalhas de ouro em quatro campeonatos mundiais de 25 quilômetros e cinco nos de 10 quilômetros. Ao todo acumulou 33 medalhas de ouro, 16 de prata e 17 de bronze nas etapas dos mundiais da Federação Internacional de Natação (FINA), um recorde. Faltava o ouro olímpico. “O que eu posso dizer é acreditem nos sonhos, deem tudo de si”, afirmou depois da última maratona.

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