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Mayra Aguiar conquista bronze histórico para o Brasil no judô na Olimpíada de Tóquio

Judoca supera lesão, derrota sul-coreana no tatame olímpico e agora soma três medalhas de bronze nas Olimpíadas, após subir ao pódio em Londres 2012 e Rio 2016. “É a conquista mais importante para mim. Foram difíceis. Tem que superar, superar de novo e de novo. Estou bem emocionada”

Três vezes bronze nas Olimpíadas, Mayra Aguiar faz história no tatame nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Três vezes bronze nas Olimpíadas, Mayra Aguiar faz história no tatame nos Jogos Olímpicos de Tóquio.JEON HEON-KYUN (EFE)
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Mayra Aguiar novamente fez história. A judoca de 29 anos conquistou mais uma medalha de bronze para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, a terceira de sua carreira, na categoria até 78kg. Foi bronze em Londres 2012, bronze na Rio 2016 e agora sobe a mais um pódio olímpico, desta vez no Japão, após uma vitória homérica sobre a sul-coreana Hyunji Yoon, por ippon e imunização, no início da manhã desta quinta-feira (horário brasileiro). “Estou emocionada. Acho que é a conquista mais importante para mim. Foram difíceis os últimos tempos, bem difíceis, tem que superar, superar de novo e de novo”, comemorou a gaúcha. É a segunda medalha de bronze para o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Antes de Mayra Aguiar, o também gaúcho Daniel Cargnin também levou o bronze, na categoria peso meio-leve (-66kg) do judô.

As lágrimas revelam um longo caminho até o terceiro pódio olímpico de sua carreira. Em setembro de 2020, a atleta sofreu uma grave lesão (estourou um ligamento durante o treinamento) e teve de passar por uma cirurgia. A recuperação total era uma incerteza e, apesar da longa e respeitada trajetória, Mayra Aguiar chegou desacreditada a Tóquio. “Não aguentava mais fazer cirurgia, ainda mais no momento que vivemos, tive medo, angústia. Mas continuei. Dar o nosso melhor vale a pena. Estou bem emocionada. Muito importante para mim”, continuou a judoca, em entrevista à TV Globo.

Com a medalha de bronze na Olimpíada de Tóquio, Mayra Aguiar entra para a história como maior judoca brasileira com três medalhas olímpicas. Apenas a jogadora Fofão, do vôlei, soma três pódios em Olimpíadas. O velejador Robert Scheidt é o maior medalhista do Brasil nos Jogos Olímpicos, com duas medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze.

Foram sete cirurgias em sua carreira. “O que veio à cabeça? Todo o processo de recuperação. Quando fui campeã mundial pela primeira vez, em 2014, passei pela mesma infelicidade. Operei o joelho direito e precisei de seis meses para voltar 100%”, afirmou em depoimento ao jornal O Globo. “Estava em um momento muito bom. Física e tecnicamente, diria que em uma das melhoras fases”, continuou ela, que em 2019 conquistou seis medalhas em 11 competições. “Se não fosse a pandemia, teria lutado no melhor da minha forma.”

Ainda assim, 16 meses depois de sua última competição, ela voltou ao tatame em junho deste ano para o Mundial de Budapeste. Perdeu na segunda rodada, mas diz que ali perdeu o gelo. “Estou recuperada e pronta para mais um sonho olímpico. E na terra do judô. Uma coisa eu garanto: estou determinada e vou para a briga”, afirmou ela já em Tóquio.

Natural de Porto Alegre, começou a fazer aulas de judô aos seis anos, incentivada pelos seus pais. Aos 14 anos já era profissional. Ela ganhou sua primeira medalha em mundiais —de bronze— aos 15 anos, no Campeonato Mundial Júnior de judô, em 2006. Em 2008, com apenas 17 anos, ela foi convocada para a seleção que representou o Brasil na Olimpíada de Pequim. Eliminada na primeira luta, ela voltou aos Jogos Olímpicos dois anos depois, em Londres, para ganhar seu primeiro bronze na competição. “Eu era muito jovem [em Pequim]. Me cobrava muito, até poderia ter ido melhor na competição, mas não era o momento. Eu precisava ‘cair’, perceber o que poderia mudar para melhorar depois”, diz a judoca em depoimento reproduzido em seu site. Seu primeiro ouro no campeonato mundial veio em 2014. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, ela conquistou mais um bronze.

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