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Morre Frank Williams, fundador da histórica equipe de Fórmula 1

Britânico de 79 anos criou uma das escuderias mais poderosas dos anos oitenta e noventa

Frank Williams F1
Frank Williams, em 2010.Francois Lenoir (Reuters)

Sir Frank Williams morreu neste domingo em um hospital no Reino Unido, onde tinha sido internado na sexta-feira, segundo afirmou a família em um comunicado. O britânico de 79 anos era uma eminência no automobilismo, especificamente na Fórmula 1, depois de fundar uma das equipes mais universais da história do certame. Em 1977 Williams deu seu nome à equipe que anos mais tarde se tornaria uma das estruturas de referência do Campeonato Mundial, no qual comemorou sete títulos de pilotos e nove de construtores. O primeiro foi o de Alan Jones, em 1980, seguido pelos de Keke Rosberg (1982), Nelson Piquet (1987), Nigel Mansell (1992) e Alain Prost (1993). Os dois últimos foram os conquistados consecutivamente por Damon Hill (1996) e Jacques Villeneuve (1997).

A brilhante trajetória da equipe também projeta uma ou outra sombra, principalmente aquela relacionada à morte de Ayrton Senna no fatídico Grande Prêmio de San Marino de 1994, em Ímola. O brasileiro havia chegado à equipe naquele ano, tentado pela superioridade dos FW14B e FW15C, carros com os quais Mansell e Prost haviam dominado os dois campeonatos anteriores, catapultados pelo sistema de suspensão ativa que foi proibido assim que Senna se juntou à equipe.

A partir dos anos 2000 a equipe foi perdendo força, em parte devido à sua organização, ainda familiar, que passou de ser dirigida por Frank a ser liderada por Claire, sua filha, que herdou o leme em 2013, devido ao precário estado de saúde do pai. Williams estava em uma cadeira de rodas desde 1986, como consequência de um acidente de trânsito que sofreu logo depois de deixar o circuito de Paul Ricard, no sul da França.

A última vitória, em 2012

Depois de 43 anos e 739 grandes prêmios, a família Williams decidiu vender a empresa ao grupo Dorilton Capital, operação que se confirmou durante o desenrolar da temporada passada. Ao menos por enquanto, a entrada em cena dos novos proprietários não teve um impacto totalmente positivo na trajetória da equipe, que ocupa a antepenúltima posição no campeonato de construtores, com os 16 pontos conquistados por George Russell e os sete de Nicholas Latifi. A última das 114 vitórias que figuram no histórico da equipe sediada em Grove data de 2012 e foi conquistada por Pastor Maldonado no circuito de Montmeló.

“Hoje prestamos homenagem ao nosso líder muito amado”, declara a família no comunicado oficial. “Foi um verdadeiro gigante do nosso esporte, capaz de superar as maiores adversidades, tanto dentro quanto fora das pistas”, destaca Stefano Domenicali, CEO e presidente da Fórmula 1. “Suas incríveis conquistas e personalidade ficarão gravadas para sempre”, acrescenta o executivo, uma das várias personalidades ligadas ao campeonato que se apressaram a render homenagem a Williams assim que foi divulgada a notícia de sua morte.

“Hoje nos despedimos do homem que definiu a nossa equipe. Frank era uma pessoa maravilhosa e sempre me lembrarei das risadas que compartilhamos. Foi mais do que um chefe: um mentor e um amigo para todos aqueles que se juntaram à família Williams”, lembra Russell, que no próximo ano deixará a escuderia britânica para se tornar o novo companheiro de Lewis Hamilton na Mercedes. “Perdemos um verdadeiro herói e uma inspiração muito além do nosso esporte. Sir Frank não apenas criou um legado muito especial na F1 como mostrou o poder da determinação do ser humano para superar enormes adversidades”, reconhece Zak Brown, CEO da McLaren.

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