_
_
_
_

River Plate redefine o heroísmo na Libertadores ao vencer com volante machucado improvisado no gol

Os ‘millonarios’ bateram o Independiente de Santa Fe por 2 a 1 apesar dos problemas para definir a escalação. Um surto de covid-19 tirou 20 atletas de jogo e deixou o time sem opções na reserva

Enric González
Enzo Pérez, volante e goleiro do River Plate nesta quarta-feira, celebra a vitória do seu time sobre o Santa Fé da Colômbia pela Copa Libertadores.
Enzo Pérez, volante e goleiro do River Plate nesta quarta-feira, celebra a vitória do seu time sobre o Santa Fé da Colômbia pela Copa Libertadores.Juan Ignacio Roncoroni POOL (EFE POOL)
Mais informações
Jogadoras do Corinthians comemoram título brasileiro em 2020. Ao fundo, faixa de apoio ao futebol feminino
Proibido há 80 anos por “prejudicar maternidade”, futebol feminino estreia Brasileirão histórico
gif
A grande rebelião inglesa contra a Superliga
Neymar
“Egoísta”, “exibicionista” ou “bom demais”: por que Neymar é um dos jogadores mais odiados do mundo?

O River Plate consumou o heroísmo na Libertadores. Com 20 jogadores sofrendo de covid-19 (incluindo os quatro goleiros), com um volante machucado e nenhum substituto no banco, derrotou o Independiente de Santa Fe por 2 a 1 e fez história em uma noite que poderia ter sido catastrófica. Os colombianos de Santa Fé fizeram sua parte para o resultado histórico: talvez pela obrigação de vencer uma equipe que jogou quase de joelhos, mal acertaram a bola e perderam de forma merecida.

O River teve que enfrentar um erro cometido meses atrás. Na época, o treinador Marcelo Gallardo se recusou a inscrever os jovens do clube na Copa Libertadores, e um contágio massivo pelo novo coronavírus na semana passada deixou sua equipe profissional reduzida. A Conmebol, organizadora da grande competição continental, recusou-se a inscrever de última hora um goleiro juvenil, porque, segundo o regulamento, isso só era possível em caso de lesão grave dos arqueiros restantes, e, curiosamente, a covid-19, uma doença que pode matar, não é considerada uma lesão grave pela organização sul-americana de futebol.

O time de Buenos Aires, tetracampeão da Libertadores, tinha o que restou. Dez jogadores de linha, muitos deles suplentes durante a temporada. Nada mais. Gallardo foi forçado a colocar um volante com uma lesão no tendão, Enzo Pérez, no gol e ordenar uma defesa numantina. Gallardo, um excelente estrategista, teve a ideia de lançar um ataque furacão nos primeiros minutos, com o qual alcançou excelentes resultados. Angileri marcou no quarto minuto de jogo e Álvarez, no sexto minuto, dando aos millonarios uma vantagem relativamente confortável para se proteger.

Enzo Pérez segura um arremate, nesta quarta-feira.
Enzo Pérez segura um arremate, nesta quarta-feira. JUAN IGNACIO RONCORONI (AFP)

Era óbvio para Enzo Pérez, é claro, que ele não era goleiro nem sabia o que estava fazendo. Mas o fato de se voluntariar, assumindo o risco de fazer papel de bobo e, sobretudo, pela vitória de seu time, ganhou um lugar eterno na memória do River. Auxiliado pela defesa, que limpou até a exaustão sua área, e pelos atacantes adversários, cuja atuação dolorosa os torcedores colombianos preferem esquecer, Pérez manteve o placar limpo até meados do segundo tempo, quando uma confusão na área proporcionou o único arremate com perigo do Independiente e, logicamente, um gol.

Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$

Clique aqui

Não havia muito mais. O River Plate não podia correr o risco de sofrer expulsões e seus jogadores tiveram de se esforçar ao máximo, pois não havia ninguém no banco para fazer as substituições. Contemporizou, lutou, assistiu à demonstração de impotência oferecida pela equipe colombiana (que é a última do grupo e está eliminada, com o técnico Harold Rivera à beira da demissão) e, quase no último minuto, se permitiu perder uma chance clara de gol.

O River Plate ganhou o apelido de “galinha” por uma certa tendência histórica ao colapso em momentos críticos. Isso não ocorre desde que Gallardo começou a dirigir o elenco. Em sua partida impossível contra o Independiente de Santa Fe, com uma escalação de retalhos e um volante coxo defendendo o gol, foi tudo, menos galináceo.

Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_