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Bilionário chinês Jack Ma, do Alibaba, reaparece em Ibiza após um ano afastado da vida pública

Cofundador do império comercial faz sua primeira viagem ao exterior depois do cerco de Pequim às empresas de seu grupo

O iate ‘Zen’ saindo do estaleiro em que foi construído.
O iate ‘Zen’ saindo do estaleiro em que foi construído.

O bilionário cofundador do grupo Alibaba, Jack Ma, está nas Ilhas Baleares com um grupo de empresários asiáticos e segurança que viajaram com ele, como confirmou o EL PAÍS nesta quarta-feira. O magnata voou para a Espanha vindo de Hong Kong na madrugada de sábado e, ao chegar a Ibiza, embarcou no iate Zen, avaliado em mais de 170 milhões de euros (cerca de 905 milhões de reais), segundo o jornal de honconguês The Standard. É a primeira viagem do empresário ao exterior desde que começaram seus problemas com as autoridades regulatórias chinesas, há quase um ano. Desde então, com poucas exceções, Ma se manteve afastado da vida pública.

Na terça-feira o Zen navegou nas águas de Andratx, ao sul da ilha de Maiorca. Segundo informações do jornal asiático, o empresário permaneceu vários dias em Hong Kong antes de voar para a Espanha para passar um tempo com amigos, organizar algumas reuniões de trabalho e tomar vinhos. Os planos de Ma são flexíveis, de acordo com o The Wall Street Journal: ele planeja visitar outros países europeus e voltar à China no mês que vem.

A viagem de Ma ao exterior dissipou as dúvidas sobre sua segurança e se as autoridades chinesas o tinham proibido de sair do país depois da investigação aberta contra seu grupo. É habitual no país asiático que pessoas investigadas tenham seus passaportes retirados, prática que afetou funcionários e executivos de empresas. Os problemas de Ma com Pequim começaram depois de um polêmico discurso do empresário em um fórum financeiro em outubro de 2020, no qual criticou os reguladores chineses por reprimir a inovação financeira. Dias depois, o Governo interveio para bloquear a oferta pública inicial de ações da Ant, a empresa de serviços financeiros digitais do grupo. Desde então, Ma se viu obrigado a reestruturar o negócio para cumprir as regras de concorrência exigidas por Pequim.

O cofundador do Alibaba, Jack Ma, durante um discurso em Paris, em 2019.
O cofundador do Alibaba, Jack Ma, durante um discurso em Paris, em 2019. CHARLES PLATIAU (Reuters)

As relações entre o bilionário e o Governo chinês não melhoraram. Assim, a campanha contra o Alibaba terminou em abril passado com uma sanção antitruste de 2,5 bilhões de euros. Depois disso, o bilionário praticamente desapareceu da vida pública do país e só voltou para gravar uma mensagem no final de janeiro de 2021 para cumprimentar os vencedores de um prêmio concedido por sua fundação.

Há algumas semanas o grupo Alibaba anunciou que destinaria dinheiro ao plano do Governo para reduzir a desigualdade e alcançar a “prosperidade comum”. O gesto fortaleceu a ideia de que as relações entre Ma e Pequim tinham começado a melhorar. No entanto, o magnata continuou fazendo poucas aparições. O reaparecimento do empresário junto com outros colegas em Maiorca sugere uma mudança de rumo nas relações entre o empresário e as autoridades do país, o que fez com que as ações do Alibaba subissem 9% na Bolsa. Nesta quarta-feira, o iate continuava ancorado nas águas de Maiorca.

Nascido em Hangzhou em 1964 em uma família humilde, Ma começou sua trajetória profissional como professor de inglês até sua iniciação no mundo da internet depois de uma viagem aos Estados Unidos. O magnata fundou a empresa Alibaba no início da década de 2000 como uma plataforma de comércio entre fornecedores chineses e do resto do mundo quando era difícil ter acesso aos negócios no país asiático. A empresa começou a crescer até se tornar um verdadeiro império do comércio pela internet e passou a ocupar as primeiras posições em nível mundial. Paralelamente, o empresário fundou a Ant Group, empresa de serviços financeiros digitais do conglomerado que ameaçava ultrapassar a posição dos principais bancos estatais em volume de negócios.

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