Como funcionará o McDonald’s quando reabrir suas portas depois da pandemia
Lanchonetes dos Estados Unidos eliminarão os dispensadores de bebidas, limparão os banheiros a cada meia hora e instalarão peças que permitem abrir as portas com o pé, entre outras medidas
Os McDonald’s não serão mais os mesmos, ao menos durante uma boa temporada. O gigante das lanchonetes desenvolveu um plano de contenção para quando reabrir as portas ao público nos Estados Unidos, aproveitando a suspensão de algumas restrições decorrentes do coronavírus. Segundo uma guia de 59 páginas ao qual o The Wall Street Journal teve acesso, as unidades da rede eliminarão os dispensadores de bebidas ou encarregarão um funcionário de fiscalizá-los continuamente, os banheiros serão limpos a cada meia hora, e os quiosques digitais depois de cada pedido. Será imposto o distanciamento recomendado, dentre outras medidas. No documento, a empresa indica aos fraqueados da marca que, embora mesmo que haja autorização dos respectivos Governo estaduais, só devem reabrir seus salões quando estiverem de fato preparados.
Outra mudança prevista envolve as portas dos banheiros, que passarão a ter peças que permitam sua abertura com um dos pés, evitando assim que os clientes toquem nas maçanetas. Além disso, serão instalados dispensadores automáticos de toalhas e pias com sensores para evitar o contato. O piso será sinalizado para indicar onde o cliente deve se posicionar para manter a distância social recomendada. Como essas modificações acarretam um custo, a empresa se comprometeu no guia a ajudar os estabelecimentos mais afetados. Os franqueados que precisarem de ajuda deverão demonstrar o impacto da pandemia em seus territórios no seu faturamento e os prejuízos sofridos durante a crise.
Os funcionários que interagem com os clientes já utilizam máscaras e luvas atualmente, quando estão envolvidos apenas em serviços de entrega. Segundo uma apresentação divulgada anteriormente pelo McDonald’s, os pedidos serão entregues diretamente na mesa dos consumidores, em uma sacola duplamente selada sobre uma bandeja. Algumas mesas terão um sinal para que não sejam usadas, com o objetivo de guardar as distâncias, e as disponíveis incluirão um adesivo mostrando quando foram desinfetadas. Os empregados terão sua temperatura corporal aferida antes cada jornada e precisarão lavar as mãos de hora em hora e cumprir as exigências de distanciamento social nas cozinhas.
Três páginas do guia abordam os potenciais riscos de segurança para os funcionários quando os clientes se recusarem a cumprir as orientações. Nas últimas semanas surgiram vários casos de violência contra empregados que insistiram aos clientes para que usassem uma máscara dentro dos estabelecimentos. Em Oklahoma City, uma mulher disparou uma arma de fogo depois de ser informada que o refeitório estava fechado. Dois empregados ficaram feridos, mas sem risco de morrer. “Aborde sempre a situação com calma e trate a todos com respeito”, diz o guia, citado pelo The New York Times. “Informe ao cliente: peço desculpas por qualquer inconveniente, mas para ajudar a manter todos a salvo gostaríamos que todos nossos clientes mantivessem uma distância segura de dois metros entre si e com o nosso pessoal”.
Antes da pandemia, o McDonald’s empregava cerca de 210.000 pessoas, mas, segundo o The Wall Street Journal, o grupo oficial de franquias da rede de fast food informou que a cifra diminuiu em 100.000 pessoas desde o início da crise. Os pedidos também caíram. Os donos dos estabelecimentos estão preocupados de não conseguirem funcionários quando reabrirem porque os benefícios do desemprego seriam maiores que os salários.
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